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A pior notícia é que Bolsonaro diz o que as pessoas querem ouvir

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3 minutos de leitura 18.09.2020 16:43 comentários
Brasil

A pior notícia é que Bolsonaro diz o que as pessoas querem ouvir

Jair Bolsonaro é um completo irresponsável com a saúde pública, a sua atitude diante da pandemia é a de um sociopata, mas a pior notícia é outra: ele diz exatamente o que a maioria dos brasileiros pensa a respeito de distanciamento social e uso de máscara. Pensa e age. Passados sete meses desde o início da quarentena à la Brasil, um número crescente de cidadãos vem passando a viver como se nada houvesse -- nem quase 4,5 milhões de pessoas que já foram infectadas, nem mais de 135 mil mortos. Como previsto, estamos gradativamente abolindo a pandemia por decreto e pensamento mágico infantil...

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A pior notícia é que Bolsonaro diz o que as pessoas querem ouvir
Foto: Reprodução/redes sociais

Jair Bolsonaro é um completo irresponsável com a saúde pública, a sua atitude diante da pandemia é a de um sociopata, mas a pior notícia é outra: ele diz exatamente o que a maioria dos brasileiros pensa a respeito de distanciamento social e uso de máscara. Pensa e age. Passados sete meses desde o início da quarentena à la Brasil, um número crescente de cidadãos vem passando a viver como se nada houvesse — nem quase 4,5 milhões de pessoas que já foram infectadas, nem mais de 135 mil mortos. Como previsto, estamos gradativamente abolindo a pandemia por decreto e pensamento mágico infantil.

Bolsonaro é instintivo, mas no caso da pandemia ele agora também se manifesta por cálculo eleitoral. Foi o cálculo eleitoral que o levou a soltar a frase de hoje, em Mato Grosso, na entrega de títulos de propriedade rural: “Vocês não entraram naquela conversinha mole de ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’. Isso é para os fracos. O vírus, eu sempre disse, era uma realidade e tínhamos que enfrentá-lo. Nada de se acovardar perante aquilo que a gente não pode fugir dele.”

Enfrentar a pandemia com sacrifícios pessoais e profissionais está mais para ato de coragem, não de covardia, se fosse o caso de atribuir firmeza ou fraqueza de espírito ao que é meramente contingência. Não é, à exceção dos profissionais de saúde, cujo trabalho a contingência requer, não raro, boa dose de coragem. O truque do discurso do presidente é justamente falsear a realidade, emprestando-lhe moldura incompatível com o quadro.

O truque funciona justamente porque a maioria dos cidadãos espera apenas por uma justificativa moral para fazer o que mais quer ou precisa: sair à rua, voltar à normalidade, ganhar o seu dinheiro, dando as costas para a realidade do vírus. Se alguém lhes diz que se trata apenas de ter coragem, eis que a justificativa está dada. A questão de saúde pública some no confronto com a questão individual que é colocada nestes termos: quem fica em casa é covarde e quem sai é corajoso. A imoralidade de pôr em risco a vida do próximo torna-se ainda mais invisível — como o vírus.

Esta é, repetindo, a pior notícia: a maioria dos cidadãos pensa e age como Bolsonaro, não importa se pesquisas possam dizer o contrário. As pessoas também mentem como Bolsonaro, como mostram as imagens de ruas, praias e festas cheias. Mentem inclusive para si próprias. É compreensível até certo ponto, dada a falta de horizonte para o fim do pesadelo pandêmico.

Não se trata de aprovação, mas de constatação.

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