A saída de Dallagnol mostra que a Lava Jato é mais um monumento abandonado no Brasil A saída de Dallagnol mostra que a Lava Jato é mais um monumento abandonado no Brasil
O Antagonista

A saída de Dallagnol mostra que a Lava Jato é mais um monumento abandonado no Brasil

avatar
Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 01.09.2020 16:23 comentários
Brasil

A saída de Dallagnol mostra que a Lava Jato é mais um monumento abandonado no Brasil

A Lava Jato perdeu os seus dois maiores símbolos: Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Ambos sofreram e sofrem uma campanha de perseguição odiosa e bem articulada. Ela começou no Partido dos Trabalhadores e ganhou adeptos no Supremo Tribunal Federal, depois que tubarões de PSDB e PMDB entraram na linha de tiro. Encorpou-se com advogados de réus, todos com bom trânsito na imprensa, e encontrou uma grande caixa de ressonância no jornais que divulgaram mensagens roubadas por hackers estelionatários. A campanha de perseguição acabou agregando a extrema direita, após Moro ter saído atirando do Ministério da Justiça...

avatar
Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 01.09.2020 16:23 comentários 0
A saída de Dallagnol mostra que a Lava Jato é mais um monumento abandonado no Brasil
Reprodução

A Lava Jato perdeu os seus dois maiores símbolos: Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Ambos sofreram e sofrem uma campanha de perseguição odiosa e bem articulada. Ela começou no Partido dos Trabalhadores e ganhou adeptos no Supremo Tribunal Federal, depois que tubarões de PSDB e PMDB entraram na linha de tiro. Encorpou-se com advogados de réus, todos com bom trânsito na imprensa, e encontrou uma grande caixa de ressonância nos jornais que divulgaram mensagens roubadas por hackers estelionatários. A campanha de perseguição acabou agregando a extrema direita, após Moro ter saído atirando do Ministério da Justiça, de onde assistiu ao pacote anticrime ser desfigurado no Congresso pela grande coalizão da gatunagem, e obteve finalmente um aliado dentro da PGR, o impoluto Augusto Aras, detrator da Lava Jato escolhido a dedo por Jair Bolsonaro — o Judas Iscariotes dessa história toda.

As circunstâncias familiares para a saída de Dallagnol da Lava Jato existem, mas está claro que o peso para ele se tornou insuportável com as pressões feitas por Aras. O PGR tentou colocar a sua mão peluda em documentos sigilosos da operação, acusando a Lava Jato de fazer investigações ilegais. Ele também manobrou para que Dallagnol sofresse sanções disciplinares do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), mas teve o seu objetivo barrado parcialmente pelo ministro Celso de Mello. Aliados seus conseguiram levar a julgamento no conselho o caso do PowerPoint que mostrava Lula como o cabeça da organização criminosa que saqueou a Petrobras. A apresentação de Dallagnol, que ilustrava o oferecimento da denúncia contra o chefão petista, já havia sido julgada legal por quatro instâncias judiciais que apreciaram o pedido da defesa de Lula para punir o procurador da Lava Jato — e, ainda que assim não tivesse sido, o caso já estava prescrito. Sem nenhum sinal de vergonha, porém, o CNMP protagonizou o teatro, apenas para tornar públicas admoestações a Dallagnol. Como estava previsto no roteiro, as admoestações servirão para alimentar o processo de suspeição contra Moro, em julgamento no STF, que pode anular a condenação de Lula no caso do triplex e abrir caminho para a anulação dos outros processos julgados por Moro. O relator é Gilmar Mendes, o insuspeito paladino do estado de direito. Lula abrirá a porteira para que os demais corruptos poderosos se safem da prisão.

A saída de cena de mais um símbolo da Lava Jato é comemorada em Brasília por aqueles que não veem obstáculos morais para que tudo volte a ser sempre como foi. Eles estão vencendo a guerra, porque já não há povo nas ruas, tolhido que está pela preocupação de sobreviver ao vírus e ao desmoronamento da economia. A operação que era considerada um patrimônio dos cidadãos está em vias de se tornar mais um monumento abandonado no Brasil. Os vândalos a depredam; os pombos a emporcalham — e, em breve, como quer Aras e todos a que ele serve, será substituída por um poste: a tal Unidade Nacional de Combate à Corrupção, modelo que substituirá a força-tarefa, concentrando poder nas mãos do próprio PGR, como publicamos. A luz do poste será intermitente e de alcance convenientemene limitado.

É um país destinado a ter postes, não símbolos, porque o que eles simbolizam é sempre destruído.

Tecnologia

Sensores em celulares podem virar câmeras clandestinas

Alexandre Borges
16.04.2024 05:54 2 minutos de leitura
Visualizar

Netanyahu adia operação em Rafah

Alexandre Borges Visualizar

Hamas agora oferece apenas 20 reféns

Alexandre Borges Visualizar

Oposição culpa "fraqueza" de Biden por ataques do Irã

Alexandre Borges Visualizar

Corinthians fecha 2023 com faturamento de R$ 1 bilhão e dívida de R$ 2 BI

Visualizar

Renato alerta jogadores do Grêmio após derrotas: "Precisam se cuidar mais"

Visualizar

Tags relacionadas

Augusto Aras CNMP Deltan Dallagnol Mario Sabino PGR saída da Lava Jato Sergio Moro
< Notícia Anterior

1 x 0 - Gilmar vota pela devolução de caso de corrupção, sem caixa 2, à Justiça Eleitoral

01.09.2020 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Bolsonaro chora em homenagem a sanfoneiro

01.09.2020 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Colégio Porto Seguro é denunciado por segregação

Colégio Porto Seguro é denunciado por segregação

15.04.2024 21:42 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Estudo aponta que Comando Vermelho domina o RJ

Estudo aponta que Comando Vermelho domina o RJ

15.04.2024 20:57 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Febre do Oropouche avança na Bahia

Febre do Oropouche avança na Bahia

15.04.2024 20:38 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Brasil perto das 1400 mortes por dengue

Brasil perto das 1400 mortes por dengue

15.04.2024 20:15 3 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.