Ato no Congresso, live e manifestações: a estratégia bolsonarista pelo voto impresso
Na semana passada, os bolsonaristas da Câmara apresentaram um manifesto pedindo celeridade na tramitação da chamada PEC do voto impresso. A proposta passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em dezembro de 2019 e, desde então, aguarda instalação de comissão especial...
Na semana passada, os bolsonaristas da Câmara apresentaram um manifesto pedindo celeridade na tramitação da chamada PEC do voto impresso. A proposta passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em dezembro de 2019 e, desde então, aguarda instalação de comissão especial.
O tema foi uma das principais reinvindicações das manifestações em apoio a Jair Bolsonaro no último sábado. O voto impresso virou prioridade bolsonarista depois que o grupo perdeu a bandeira do combate à corrupção e do liberalismo econômico — ambas enterradas pelo proprio presidente.
O argumento dos bolsonaristas é de que somente o voto impresso poderá evitar possíveis fraudes eleitorais em 2022. Em uma live na quinta-feira da semana passada, dia seguinte à divulgação do tal manifesto sobre o tema no Congresso, Bolsonaro disse:
“Tive contato com a liderança da Câmara, do Senado, para ver se nós aprovamos até setembro um voto auditável pela ocasião das eleições do ano que vem. O que é o voto auditável? Você vota, o voto é impresso em um papel, você concorda e aperta um botão e aquele papel, que não passa pela tua mão, cai dentro da urna.”
Apesar do alarde, a PEC em questão não consta da lista de prioridades enviadas por Bolsonaro ao Congresso. Para valer nas eleições do ano que vem, a proposta teria de ser promulgada até outubro próximo. Antes disso, se aprovado na Câmara, o texto ainda precisaria tramitar no Senado.
A oposição suspeita que Bolsonaro e seus apoiadores poderão usar a defesa do voto impresso para questionar eventual derrota do presidente em 2022, repetindo o que ocorreu recentemente nos Estados Unidos, quando o Capitólio chegou a ser invadido por eleitores de Donald Trump, vencido por Joe Biden nas urnas.
O problema da tese bolsonarista é que Bolsonaro foi eleito pelo mesmo voto eletrônico que Lula.
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