O deputado bolsonarista Junio Amaral (PSL), que votou contra a PEC do Fundeb, contrariando orientação do governo, disse a O Antagonista que as críticas que têm recebido partem de “militantes e grupos de esquerda, como a UNE”.

“Não votei contra o Fundeb em si. Votei contra a constitucionalização do fundo. Não acho que seja mais uma coisa que devemos constitucionalizar e, consequentemente, deixar mais inflexível e imutável. Seria perfeitamente possível discutir isso tudo sem tanta pressa e fazer um conjunto de leis para a melhoria da educação básica sem incluir tudo isso na Constituição.”

No primeiro turno da votação, na noite da última terça-feira, foram somente sete os votos contrários. No segundo turno, seis: além de Amaral, votaram contra Bia Kicis (PSL-DF), Chris Tonietto (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Luiz P. O. Bragança (PSL-SP), Márcio Labre (PSL-RJ) e Paulo Martins (PSC-PR).

Bia, por ter votado contra, acabou sendo destituída por Jair Bolsonaro da função de vice-líder do governo no Congresso.

“Ainda não tive a oportunidade de conversar com a deputada ou saber o motivo da saída. Ainda assim, não creio que haverá qualquer tipo de problema. Ela permanece alinhada aos seus princípios e apoiando o presidente.”

Amaral afirmou que não vai aceitar a pecha de que esse grupo de deputados “votou contra a educação”.

“Para mim, contra a educação são os que colocaram os nossos índices educacionais no nível baixíssimo em que estão. Enquanto isso acontecia, não vi a esquerda atacando o PT, nem mesmo pelos cortes de orçamento na área. A preocupação deles é em formar militantes, e não profissionais. Pra mim não passa de pura hipocrisia.”