O ministro Celso de Mello deu 72 horas para que a Presidência encaminhe ao Supremo vídeo de uma reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril em que Jair Bolsonaro teria ameaçado demitir Sergio Moro caso não houvesse troca na direção-geral da Polícia Federal.

A ordem foi enviada aos ministros Jorge Oliveira (Secretaria Geral) e Fabio Wajngarten (Secretaria de Comunicação) e ao assessor-chefe de Bolsonaro, Célio Faria Júnior.

“As autoridades destinatárias de tais ofícios deverão preservar a integridade do conteúdo de referida gravação ambiental (com sinais de áudio e de vídeo), em ordem a impedir que os elementos nela contidos possam ser alterados, modificados ou, até mesmo, suprimidos, eis que mencionada gravação constitui material probatório destinado a instruir, a pedido do Senhor Procurador-Geral da República, procedimento de natureza criminal”, despachou o ministro.

Mais cedo, O Antagonista revelou que o cartão de memória usado para gravar a reunião foi formatado. Célio Faria Júnior o devolveu sem qualquer conteúdo. É possível, mas não certo, que ele tenha feito uma cópia de backup.

O mesmo vídeo foi pedido por Augusto Aras para investigar a acusação de Moro de que Bolsonaro interferia politicamente na PF — Celso de Mello autorizou o envio à PGR, mas agora também quer uma cópia no Supremo.

Assessor de Bolsonaro ficou com gravação da polêmica reunião ministerial citada por Moro