O Conselho de Ética da Câmara acaba de adiar para amanhã a sessão que discutia a representação assinada pelo PT contra o deputado Filipe Barros (PSL-PR). Por volta das 17h, o plenário começou a ordem do dia.

O relator, Guilherme Derrite (PP-SP), votou pela ausência de justa causa para a petição.

Célio Moura (PT-TO) apresentou voto em separado, pelo prosseguimento do procedimento disciplinar contra Barros. O texto foi lido pelo colega Hiran Gonçalves (PP-RR) e defendido por Paulo Guedes (PT-MG) e Delegado Waldir (PSL-GO), ex-líder na Câmara.

“Aqui não é circo, não é picadeiro”, disse Waldir. “Aqui é lugar de dar tapa na bunda”, disse, “para ele [o parlamentar] verificar que tem limites”.

O PT entrou com representação contra Barros pelo seu comportamento na CPMI das Fake News em 5 de novembro. Na ocasião, Barros disse: “convém lembrar aqui a íntima relação do Partido dos Trabalhadores com o PCC. São diálogos cabulosos…”.

Interpelado nesse momento pelo senador Humberto Costa (PT-PE), Barros retrucou: “é verdade ou fake news o apelido Drácula?”, e depois: “é vampiro, então!”.

Humberto Costa tinha o apelido “Drácula” nas planilhas da Odebrecht, e, em 2010, foi inocentado pelo TRF-5 das acusações da Operação Vampiro, deflagrada em 2004.

O próprio Humberto Costa compareceu à sessão do Conselho na tarde de hoje. “Houve a demonstração de que ele [Barros] é um mau parlamentar”, disse. “O bom parlamentar vai conhecer os fatos”. E acrescentou: “eu não tenho nenhuma condenação”. Também voltou a afirmar ter sido o denunciante da Operação Vampiro.

O parecer de Guilherme Derrite foi o único publicado no site da Câmara antes de a sessão do Conselho de Ética começar. A pauta tinha outras seis representações, mas duas foram retiradas logo no começo.

Filipe Barros é alvo de uma segunda representação, que também estava na pauta desta terça, assinada pelo presidente nacional do próprio PSL, o deputado federal Luciano Bivar.