A CPI da Covid agendou para hoje, às 9h, os depoimentos do empresário Carlos Wizard e do auditor bolsonarista Alexandre Marques. Entretanto, a tendência é que as oitivas não ocorram, já que ambos foram beneficiados por decisões do Supremo Tribunal Federal.

Ontem, Gilmar Mendes concedeu habeas corpus e permitiu que Alexandre Marques permaneça em silêncio na comissão quando questionado sobre temas que possam levá-lo à autoincriminação. Carlos Wizard recebeu o mesmo benefício, após decisão do ministro Luís Roberto Barroso.

O Antagonista apurou que, no caso do depoimento de Alexandre Marques, os integrantes da CPI devem reapresentar um novo pedido de oitiva; sobre Wizard, a expectativa é que ainda hoje o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), apresente uma solicitação à Justiça Federal para que ele seja alvo de uma condução coercitiva.

Leia as principais perguntas que deveriam ser feitas a Wizard e ao ‘aloprado de bolsonaro’:

– O empresário Carlos Wizard esteve quantas vezes no Ministério da Saúde para discutir tratamento precoce?;
– O empresário Carlos Wizard teve reuniões com Osmar Terra, Arthur Weintraub ou Nise Yamaguchi para discutir a prescrição da cloroquina?;
– De quem foi a ideia de se buscar mudar a bula da cloroquina para recomendar o medicamento ao tratamento de Covid?;
– Houve interferência do vereador Carlos Bolsonaro nas ações do Ministério da Saúde?;
– O presidente Jair Bolsonaro participou de alguma dessas reuniões do “Ministério da Saúde paralelo”?;
– O auditor Alexandre Marques teve alguma responsabilidade na confecção do relatório usado por Bolsonaro para questionar o número de mortes por Covid?;
– Houve interferência do Palácio do Planalto na elaboração do relatório citado por Bolsonaro?;
– Qual é o nível de proximidade do auditor do TCU Alexandre Marques com a família Bolsonaro?