De Arthur para Geraldo: "Enfrente-me ou perderemos mais uma eleição" De Arthur para Geraldo: "Enfrente-me ou perderemos mais uma eleição"
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De Arthur para Geraldo: “Enfrente-me ou perderemos mais uma eleição”

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5 minutos de leitura 11.12.2017 19:53 comentários
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De Arthur para Geraldo: “Enfrente-me ou perderemos mais uma eleição”

O Antagonista teve acesso a uma carta que Arthur Virgílio Neto, prefeito de Manaus, enviou hoje ao governador Geraldo Alckmin, presidente do PSDB eleito no último sábado. Eis a íntegra...

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O Antagonista teve acesso a uma carta que Arthur Virgílio Neto, prefeito de Manaus, enviou hoje ao governador Geraldo Alckmin, presidente do PSDB eleito no último sábado.

Eis a íntegra:

Manaus, em 11 de dezembro de 2017

Caro Geraldo,

Na reunião da última sexta feira, dia 08 deste mês, patrocinada pelo Tasso (Jereisatti), decidimos, você e eu, sobre os seguintes pontos:

— O PSDB realizará prévias para escolha do seu candidato à Presidência da República nas eleições de outubro de 2018. “Prévias amplas, gerais e irrestritas”, abertas, portanto, a todos os filiados ao partido que nele militem há, pelo menos, um ano.

Hoje leio declaração do ex-presidente interino Alberto Goldman, dizendo ser impossível tal realização democrática, numa linha de argumentação que não me convence e, sem dúvida, convence, menos ainda, o povo brasileiro. Confio que sua palavra é, foi e será definitiva. Espero que o ilustre companheiro declare, em alto e bom som, que as prévias acontecerão e que oportunidades iguais serão dadas aos dois postulantes à indicação para a disputa presidencial;

— Falando em igualdade, repiso que, há meses, requisitei formalmente, à direção nacional, a lista com nome, e-mail, telefones e endereço de cada filiado ao PSDB. Como não obtive êxito, repito a você a justa reivindicação. Tão justa, que poderia, até mesmo, seguir em tom de cabível exigência. Gente com vocação para a vitória, afinal, não usa de escapismos para fugir a um enfrentamento saudável e necessário;

— Do mesmo modo, acertamos, eu e você, que a pré-campanha, certamente, haveria de contar com recursos do fundo partidário, divididos em partes milimetricamente iguais entre as suas atividades e as minhas;

— Finalmente, realizaríamos pelo menos dez debates, nas mais estratégicas cidades brasileiras. Debates respeitosos, porém duros, que exporão o PSDB, com seus feitos e suas mazelas, com suas ações e omissões, ao escrutínio da militância e, sobretudo, ao olho no olho com a nação brasileira.

Sobre a convenção, nela registrei alguns fatos insólitos: 1) durante penosos minutos, fiquei sem saber se teria lugar à mesa ou não; 2) visivelmente reduziram a potência do som, quando discursei; 3) para o Instagram da Rede 45 (conta oficial do PSDB), eu simplesmente “não fui” à convenção. Que feio! 4) quando se começou a entoar o hino nacional, um certo cidadão, que dizem ligado a você, genro não sei bem de quem, intrometeu-se, bruscamente, entre o presidente Fernando Henrique e eu, espero que mandado por ninguém, certamente com intuito de evitar alguma primeira página retratando aquele momento entre o notável sociólogo e seu antigo ministro e duas vezes líder do seu governo. Miudezas, Geraldo, que – tenho certeza! – não fazem parte da perspectiva generosa que, obrigatoriamente, deve fazer parte do caráter de um candidato a dirigir o Brasil.

Fiquei feliz com as “vaias” de uma das charangas, porque elas logo silenciaram – e viraram aplausos – diante das razões de quem não é dúbio e não teme jogar na casa do adversário. Não confundamos, aliás, o conceito do PSDB, junto aos brasileiros, com a convenção tão recentemente realizada. O Brasil estava bem distante das centenas de pessoas que foram ao nosso evento, levadas, em sua maioria, por lideranças partidárias. Eu mesmo levei minha “claque”: minha esposa, um deputado estadual, um vereador, um dirigente, e mais duas ou três pessoas. Uma multidão!

Não permita, por fim, que se agigante um sentimento de rancor contra o seu estado, meu prezado Geraldo. O deputado Caio Narcio (de Minas Gerais) tentou subir ao palanque, para abraçar alguém, e foi barrado por uma senhora de postura marcial: “o senhor não pode subir”. Ao que o deputado respondeu: “sei que não posso, não sou paulista”.

Você sabe como discordei, apesar de toda a estima pessoal, de termos um presidente do PSDB que, ao mesmo tempo, fosse postulante à presidência da República. O gesto truculento contra o Tasso soa, então, como pessoal. E o desmentido dessa jurisprudência, pois, soa como casuística também. Somente me resta, agora, opinar que a única postura que lhe cabe, neste momento, é acabar com esse disse-me-disse sobre as prévias. Declare, com a firmeza que o caracteriza, que elas acontecerão e serão amplas, irrestritas, livres e lisas.

Declare que o PSDB terá de fechar questão a favor da reforma da Previdência, em nome do Brasil, e não das próximas eleições. Declare que conduzirá nosso partido pelo caminho aberto do reencontro com os brasileiros, e não pelos atalhos que levam a decisões de cúpula, ao menoscabo aos nossos militantes.

Enfim, companheiro, enfrente-me em campo aberto. Ou perderemos mais uma eleição e nos tornaremos cada vez mais irrelevantes na cena política brasileira.

Saudações tucanas.

Arthur Virgílio Neto

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