O desfile militar que ocorreu mais cedo na Esplanada dos Ministérios intensificou as tensões entre os comandos da Marinha e do Exército. Como registramos mais cedo, a ordem partiu de Jair Bolsonaro e do ministro Braga Netto, sendo imediatamente acatada pelo almirante bolsonarista Almir Garnier Santos — apesar da resistência inicial do general Paulo Sérgio.

Por trás do movimento adesista, está o interesse da Marinha em se cacifar junto a Bolsonaro, que sempre privilegiou o Exército.

Garnier Santos, segundo fontes militares ouvidas por O Antagonista, tenta acelerar projetos estratégicos, como o submarino nuclear.

Em maio, Braga Netto pediu ao ministro Paulo Guedes a liberação de R$ 1 bilhão do orçamento da Defesa. Apenas para o programa de construção de submarinos, a Marinha seria contemplada com R$ 270 milhões.

Como registramos ontem, o comandante do Exército, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, foi chamado de última hora para o evento e pensou em resistir, mas acabou cedendo. Ao fim, interlocutores do comandante acreditam que o Exército ficará apenas com o ônus dos absurdos bolsonaristas.