Dimas Covas, o diretor-geral do Instituto Butantan, acusou a Anvisa, ligada ao governo federal, de retardar a autorização para a importação da matéria-prima da farmacêutica chinesa Sinovac que possibilitará a fabricação de uma vacina contra a Covid-19 no Brasil, registra a Folha.
Nesta semana, a “vacina chinesa” virou cabo de guerra político entre Jair Bolsonaro e João Doria, com o presidente desautorizando a compra pelo Ministério da Saúde do imunizante desenvolvido em parceria com o governo paulista.
Covas afirmou ter enviado à Anvisa em 23 de setembro um pedido formal de liberação excepcional da importação. E disse que, nesta quinta (22 de outubro), recebeu a informação de que o assunto só será tratado em uma reunião marcada para 11 de novembro.
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Segundo o diretor do Butantan, são necessários 45 dias entre a chegada da matéria-prima e a liberação da vacina, incluindo testes de qualidade. Caso a Anvisa a libere apenas em novembro, a produção das primeiras doses do imunizante só será finalizada em janeiro.
Ou seja: mesmo que testes mostrem que a vacina é eficaz, não haverá quantidade disponível para uma imunização em larga escala.
“Estou inconformado e ansioso. Uma liberação que ocorre em dois meses deixa de ser excepcional”, declarou Covas, acrescentando que a fábrica do Butantan já está pronta para começar a produzir a vacina.
Até o momento, a Anvisa não se manifestou sobre o caso.
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