João Doria afirmou nesta quarta-feira (23) que a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela chinesa Sinovac, mostrou-se segura e eficaz na fase 3 do ensaio clínico em 50 000 voluntários na China.

Foram 5,3% de pacientes com efeitos adversos, de baixa gravidade, como dor no local de aplicação. “Os estudos na China demonstraram que a CoronaVac apresentou 98% de eficiência nas pessoas que foram lá testadas”, disse o governador.

Ao Estadão, o presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, disse, no entanto, que essa não é a taxa de eficácia da vacina chinesa contra a Covid-19. Corresponde, na verdade, à soroconversão, índice de quantas pessoas apresentaram resposta imunológica ao novo coronavírus, mas ainda sem a garantia de que, de fato, a presença de anticorpos protege contra a infecção.

“Ainda não temos dados disponíveis sobre a eficácia. A partir do dia 15 de outubro, podemos ter os resultados de eficácia que permitirão o registro da vacina na Anvisa”, afirmou Dimas ao jornal.

Na entrevista coletiva, Doria afirmou que a vacina será produzida no Instituto Butantan “para todos os brasileiros”, assim como ocorre com a vacina contra a gripe. Também disse não haver reação adversa grave nos mais de 5 600 voluntários da CoronaVac no Brasil, todos eles médicos ou paramédicos.

Doria afirmou que 5 milhões de doses chegarão em outubro ao Butantan. Até 31 de dezembro, ele prometeu mais 46 milhões de doses.

A aplicação da vacina na população em geral ainda depende de aprovação da Anvisa.

Se tudo der certo, São Paulo será um dos primeiros lugares do mundo a promover vacinação em massa contra a Covid-19.