ENTREVISTA: "O país se prepara pouco para um problema que não tem hora para acabar" ENTREVISTA: "O país se prepara pouco para um problema que não tem hora para acabar"
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ENTREVISTA: “O país se prepara pouco para um problema que não tem hora para acabar”

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3 minutos de leitura 18.02.2021 09:22 comentários
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ENTREVISTA: “O país se prepara pouco para um problema que não tem hora para acabar”

Em entrevista exclusiva a O Antagonista, Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, se mostrou bastante preocupado com a situação da pandemia da Covid-19 no Brasil...

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ENTREVISTA: “O país se prepara pouco para um problema que não tem hora para acabar”
Foto: Alan Santos/PR

Em entrevista exclusiva a O Antagonista, Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, se mostrou bastante preocupado com a situação da pandemia da Covid-19 no Brasil.

Ele disse que as variantes do novo coronavírus são um problema grave e “continuamos sem um programa adequado de redução da transmissão”. A campanha de vacinação, acrescentou Teich, está tendo dificuldades para avançar e, em meio a tudo isso, “as pessoas estão cansadas e a economia tende a ser cada vez mais sacrificada”.

“O país se prepara pouco para um problema mundial que não tem hora para acabar.”

Teich, que sucedeu Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, acabou ficando menos de um mês à frente da pasta. Ele disse que não se lembra de uma previsão que imaginasse a situação atual de 2021, quando os números indicam a maior média móvel de mortes pela doença, nos últimos sete dias, desde o início da pandemia.

“Isso reflete o quanto é difícil prever a evolução da doença. As variantes estão surgindo e as informações preliminares sugerem que as vacinas são menos eficazes contra elas, e que infecções prévias não trazem imunidade completa contra essas variantes mais agressivas. Existe o risco de que novas mutações sobre as variantes mais agressivas possam gerar variantes ainda mais agressivas. Isso pode impactar também nos exames diagnósticos, além do efeito na imunidade, seja pela vacina, seja pela infecção prévia.”

Teich disse também que o exemplo de Manaus mostra que o país não dispõe da infraestrutura necessária para lidar com uma elevação rápida dos casos da doença.

“A estratégia, o planejamento, os dados, as ações, a execução e a comunicação me parecem insuficientes. A curva de novas mortes por milhão em Manaus é impressionante. Se isso for devido à nova variante e se isso espalhar pelo país, o cenário é muito ruim.”

O ex-ministro, evitando fazer críticas diretas à atual gestão, afirmou, ainda, que o Ministério da Saúde não tem “um sistema de informação complexo o bastante que permita entender a situação da pandemia nos diferentes pontos do país, o que impede um diagnóstico e um planejamento sólidos”.

Nesse contexto, Teich defendeu o distanciamento social como “uma arma muito importante” no controle da pandemia.

“Com o risco de variantes mais transmissíveis e mais letais, e com o volume de mortes no seu valor máximo, o distanciamento social é uma arma muito importante para condução da pandemia e para reduzir casos e mortes, enquanto esperamos que os programas de vacinação controlem a doença e a situação causada pela pandemia no país.”

Sobre o tal “tratamento precoce” — que depois Eduardo Pazuello, atual ministro, passou a chamar de “atendimento precoce” –, Teich comentou:

“Não temos hoje evidência científica sólida que demonstre eficácia da cloroquina. Essa é uma posição mundial. Um ponto importante é que eu não sou contra ou a favor de qualquer medicamento. Eu simplesmente recomendo o uso quando existem evidências científicas de benefício clínico e não recomendo quando não tenho essas evidências.”

Ele concluiu que “o uso dos recursos financeiros disponíveis tem que ser dirigido para tecnologias que comprovadamente funcionam”.

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