Exclusivo: Antigo relator, presidente do TCU decretou sigilo e considerou "falta de sensatez" auditoria em passagens no STF Exclusivo: Antigo relator, presidente do TCU decretou sigilo e considerou "falta de sensatez" auditoria em passagens no STF
O Antagonista

Exclusivo: Antigo relator, presidente do TCU decretou sigilo e considerou “falta de sensatez” auditoria em passagens no STF

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 01.08.2019 14:13 comentários
Brasil

Exclusivo: Antigo relator, presidente do TCU decretou sigilo e considerou “falta de sensatez” auditoria em passagens no STF

Antes de o processo sobre a farra das passagens no STF ir parar na mesa do ministro Raimundo Carreiro, o relator no TCU era José Múcio Monteiro, que teve de deixar o caso para assumir a presidência do tribunal de contas, em dezembro do ano passado. O Antagonista teve acesso com exclusividade ao voto de Monteiro, que foi concluído seis dias antes de sua posse como presidente, sem tempo hábil de ser apreciado...

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 01.08.2019 14:13 comentários 0

Antes de o processo sobre a farra das passagens no STF ir parar na mesa do ministro Raimundo Carreiro, o relator no TCU era José Múcio Monteiro, que teve de deixar o caso para assumir a presidência do tribunal de contas, em dezembro do ano passado.

O Antagonista teve acesso com exclusividade ao voto de Monteiro, que foi concluído seis dias antes de sua posse como presidente, sem tempo hábil de ser apreciado.

Boa parte da decisão de Monteiro contrariava as recomendações feitas pelos auditores e, portanto, o resultado seria bem diferente do de ontem, quando o plenário acabou acatando o voto de Carreiro e determinou o fim de vez da farra das passagens — até para mulheres de ministros na primeira classe — e orientou o Supremo a dar ampla publicidade a esses gastos.

No voto que não prosperou, Monteiro argumentou que os ministros do STF não podem ser enquadrados nas mesmas regras de outros agentes públicos e, por esse raciocínio, não questionou as passagens pagas pela corte em ocasiões em que os magistrados são convidados para dar palestras ou aulas magnas.

“Falta sensatez, segundo penso, na tentativa de enquadrar na mesma regra, ou no mesmo alcance, o cargo de ministro do STF, que tem natureza eminentemente representativa da instituição, com outras funções públicas que não requerem exposição ininterrupta”, dizia, em seu voto, o hoje presidente do TCU.

E mais:

“Um ministro do STF não se limita a representar a Corte Suprema em missões precisamente definidas. Na realidade, onde estiverem, queiram ou não, os ministros são a indelével expressão do STF, pois têm a vida intensamente associada ao cargo que exercem. São verdadeiramente ‘pessoas públicas’, que não têm a liberdade de, nem momentaneamente, se desligarem dos deveres do cargo.”

Ao discordar das recomendações da área técnica, que apontou “desvio de finalidade” na farra das passagens, Monteiro também alegou ser “positivo para o STF e para a sociedade que os ministros estejam constantemente a levar o seu conhecimento e divulgar aspectos do sistema jurisdicional pelo País, independentemente de eventos pré-selecionados, em vez de ficarem confinados na sede da Corte e sem contato com a população”. No entender de Monteiro, conclui-se, não há qualquer irregularidade no fato desse vaivém dos magistrados, no Brasil e no exterior, ser financiado com dinheiro público.

Monteiro ignorou que, até 2005, por exemplo, por mais incrível que pareça, o STF emitia bilhetes para ministros em período de recesso ou licença médica. Mensalmente, cada um dos 11 integrantes da corte ganhava uma passagem de ida e volta de Brasília para qualquer cidade do país, sem padrão de valor e em viagens não vinculadas a objeto de serviço. Quando presidente do STF, Nelson Jobim instituiu uma cota de 31 mil reais por ministro nessa farra das passagens, valor que, com atualizações, chegou a 42,8 mil reais.

Na conclusão de seu voto não apreciado, o atual presidente do TCU, sem explicar o porquê, determinava, ainda, que o processo em questão e todos os documentos referentes a ele ficassem em sigilo pelo prazo de cinco anos.

Ontem, porém, como já registramos, após uma série de publicações sobre o assunto neste site (veja aqui), o novo relator, Raimundo Carreiro, retirou o sigilo do caso e, em menos de cinco minutos, em sessão aberta, os ministros decidiram em consonância com as recomendações dos auditores. José Múcio Monteiro, como presidente, não se manifestou.

Brasil

Salgueiro anuncia enredo espiritual para Carnaval 2025

19.04.2024 21:35 3 minutos de leitura
Visualizar

Santos vai aposentar camisa 10 na série B em homenagem a Pelé

Visualizar

Surto de gripe aviária em rebanhos nos EUA

Visualizar

Nova regra exige 50% de presencial para formação de professores EAD

Visualizar

Coreia do Norte testa novos mísseis

Visualizar

Grêmio confirma a contratação de Edenílson

Visualizar

Tags relacionadas

farra das passagens José Múcio Monteiro STF TCU
< Notícia Anterior

EUA e Brasil fecham parceria para investimentos em infraestrutura

01.08.2019 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

"Trump é meu ídolo"

01.08.2019 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Salgueiro anuncia enredo espiritual para Carnaval 2025

Salgueiro anuncia enredo espiritual para Carnaval 2025

19.04.2024 21:35 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Nova regra exige 50% de presencial para formação de professores EAD

Nova regra exige 50% de presencial para formação de professores EAD

19.04.2024 21:25 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
A dobradinha Silvio Almeida &amp; MST continua

A dobradinha Silvio Almeida &amp; MST continua

19.04.2024 20:40 1 minuto de leitura
Visualizar notícia
Ataque hacker desfigura site da prefeitura de Porto Alegre

Ataque hacker desfigura site da prefeitura de Porto Alegre

19.04.2024 20:37 2 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.