Jair Bolsonaro divulgou no Twitter o vídeo “Conheça a Wal”, em que seus filhos Carlos e Eduardo apresentam Walderice Santos da Conceição, a funcionária do deputado na Vila Histórica de Mambucaba, no Rio de Janeiro, que pediu demissão nesta semana após ser flagrada vendendo açaí.

“Eu pedi pro Seu Jair pra me mandar embora”, diz ela no começo do vídeo, que mostra a fachada da loja, com o letreiro “Wal Açaí”. A edição pinça frases de Walderice como “Seu Jair não é racista” e “Eu conheço o Seu Jair há quinze anos”. Em seguida, ela explica o serviço que prestava: “Alguma reclamação (de moradores da região), ele passa pra mim, eu passo pra ele.”

A regra da Câmara que justifica o emprego de Walderice é reproduzida em imagem: “Cada gabinete parlamentar pode ter no mínimo 25 secretários parlamentares, que terão exercício em Brasília, nos gabinetes parlamentares, ou no Estado de representação do parlamentar” – neste caso, o estado do Rio.

“Seu Jair já tentou fazer algumas coisas aqui para a Vila Histórica. Não conseguiu porque não deixaram, na época o governo era contra”, conta Walderice.

“A loja de açaí é da minha irmã. Às vezes eu fico lá. Almoço, alguma coisa assim. É uma distribuidora que não faz nem 300 reais por mês. Tem dia que vende dois açaís, três açaís, quando entra alguém; às vezes não vende nada.”

Depois de confirmar que seu salário como secretária de Bolsonaro era entre 1.300 e 1.400 reais, ela conta que “hoje” (o dia da gravação) a TV Rio Sul, afiliada da Rede Globo na região, “ficou na porta da minha casa”.

“Eu não estou podendo sair de casa. Eu me sinto humilhada com isso, porque eu não matei, eu não roubei, não prejudiquei ninguém.”

No final do vídeo, Walderice diz que “a gente é gente simples, a gente é gente humilde”.

Relembre o que o Bolsonaro disse a O Antagonista sobre ela seis meses atrás:

VÍDEO: O caso de Walderice, funcionária de Bolsonaro