Gilmar Mendes termina 2020 mais próximo de Bolsonaro Gilmar Mendes termina 2020 mais próximo de Bolsonaro
O Antagonista

Gilmar Mendes, o imbatível

avatar
Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 26.12.2020 14:00 comentários
Brasil

Gilmar Mendes, o imbatível

O ministro Gilmar Mendes encerrou o ano de 2020 mais próximo de Jair Bolsonaro e chegou a dar a bênção ao indicado do presidente para o Supremo Tribunal Federal. Em meio ao avanço da pandemia de Covid-19, porém, o magistrado fez duras críticas à atuação do governo e afirmou que o elevado número de mortes pela doença era um "constrangimento" para o país...

avatar
Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 26.12.2020 14:00 comentários 0
Gilmar Mendes, o imbatível
Foto: Adriano Machado/Crusoé

O ministro Gilmar Mendes encerrou o ano de 2020 mais próximo de Jair Bolsonaro e chegou a dar a bênção ao indicado do presidente para o Supremo Tribunal Federal.

Em meio ao avanço da pandemia de Covid-19, porém, o magistrado fez duras críticas à atuação do governo e afirmou que o elevado número de mortes pela doença era um “constrangimento” para o país.

Em julho, Gilmar disse em suas redes sociais que o Exército estava se associando a um “genocídio”, por ter integrantes nos principais cargos de um Ministério da Saúde incapaz de oferecer respostas adequadas à pandemia.

“Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas”, acrescentou.

As declarações do ministro provocaram uma crise sem precedentes com os militares.

Em resposta, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, disse que Gilmar deveria se retratar.

Logo depois, o general Fernando Azevedo, ministro da Defesa, ameaçou acionar a Procuradoria-Geral da República contra o magistrado.

Em nota, Azevedo se disse “extremamente indignado” com a fala infundada, irresponsável e sobretudo leviana de Gilmar.

Os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica também assinaram o documento.

Gilmar não se intimidou com as ameaças militares e voltou a cobrar o Ministério da Saúde por uma política mais eficiente de combate ao novo coronavírus.

Disse ainda que Bolsonaro estava usando os militares para jogar a culpa pelo número elevado de mortes no colo do Supremo, dos estados e municípios.

Orientado pelo presidente, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ligou para Gilmar na tentativa de colocar panos quentes na crise. “Foi uma conversa cordial””, afirmou o ministro do STF.

Gilmar Mendes não seria Gilmar Mendes se não provocasse muita polêmica, especialmente com suas inumeráveis decisões favoráveis a investigados pela Lava Jato e adjacências.

Em julho, o ministro Dias Toffoli, então presidente do STF, suspendeu duas investigações sobre José Serra e determinou que todo o material colhido pelos procuradores fosse lacrado e protegido de vazamentos.

Em agosto, Gilmar Mendes suspendeu ação penal contra Serra e a filha Verônica pelo crime de lavagem de dinheiro vinculado a supostos pagamentos de propina feitos pela Odebrecht ao tucano.

A decisão do ministro ampliou o alcance da liminar a favor de Serra concedida por Toffoli durante o plantão judiciário.

A Crusoé revelou que, entre os documentos que foram engavetados, havia e-mails trocados entre o tucano e Gilmar Mendes, “que demonstram haver amizade íntima entre os dois”.

No mesmo mês, Gilmar mandou soltar Alexandre Baldy, ex-ministro das Cidades de Michel Temer e secretário dos Transportes do governo João Doria. Suspeito de embolsar R$ 2,6 milhões em propinas, Baldy ainda se beneficiou de outra decisão do ministro suspendendo também o processo.

Na sequência de medidas polêmicas, anulou buscas com base na delação de Antonio Palocci, suspendeu o inquérito do BTG, atropelando o relator Edson Fachin, e a ação da Lava Jato no Rio de Janeiro que apura desvios da Fecomércio para bancas de elite da advocacia.

A Operação E$quema S apanhou Cristiano Zanin, advogado de Lula; Eduardo Martins, filho do presidente do STJ; Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral; e Frederick Wassef, ligado à família de Bolsonaro, entre outros conhecidos advogados.

Levantamento do Estadão mostrou que Gilmar, o imbatível, foi o ministro do STF que mais concedeu habeas corpus em decisões monocráticas nos últimos dez anos.

Em setembro, o presidente da República e o desembargador Kassio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro para substituir Celso de Mello no STF, foram à casa do ministro pedir a bênção. Toffoli, que virou um dos principais interlocutores do presidente na corte, também estava presente.

Como mostrou reportagem da Crusoé, tanto Gilmar quanto Toffoli deram aval à escolha de Bolsonaro. Kassio, até o momento, cumpriu as expectativas. Em sua estreia na Segunda Turma do STF, votou com Gilmar contra a Lava Jato do Rio. No dia 15, ajudou a enterrar investigação contra o emedebista Eunício Oliveira.

Derrotado na tentativa do golpe branco para reeleger Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, Gilmar se firma como principal opositor de Luiz Fux no STF.

Além de não enviar ao plenário as ações penais que já estão em curso na Segunda Turma, o ministro resolveu suspender o seu recesso de fim de ano para não deixar o presidente do Supremo sozinho no plantão. No Twitter, disse haver uma sobrecarga de urgências por causa das demandas da pandemia.

O ano termina sem que o ministro, porém, tenha colocado em votação o polêmico caso do HC de Lula que alega parcialidade de Sergio Moro no caso do triplex – mas que pode atingir todas as condenações do ex-presidente.

Dificilmente, em se tratando de  Gilmar, 2021 será um ano novo.

Brasil

Bolsa Família e Auxílio Gás: pagamento é efetuado hoje, confira quem recebe

25.04.2024 05:00 3 minutos de leitura
Visualizar

Oposição reage sobre reparação por escravidão: "traição à pátria"

Alexandre Borges Visualizar

EUA enviam mísseis de longo alcance para Ucrânia

Alexandre Borges Visualizar

Estrangeiros em protestos antissemitas podem ser deportados

Alexandre Borges Visualizar

Musk em guerra judicial por super pacote de remuneração

Alexandre Borges Visualizar

Athletico-PR vence o Danubio pela Sul-Americana e segue 100%

Visualizar

Tags relacionadas

Celso de Mello covid-19 Crusoé Dias Toffoli Edson Fachin Fernando Azevedo e Silva genocídio Gilmar Mendes habeas corpus Hamilton Mourão Jair Bolsonaro José Serra Kassio Nunes Marques militares Ministério da Defesa Pandemia Retrospectiva 2020 STF
< Notícia Anterior

Justiça proíbe festas de Réveillon em Porto Seguro

26.12.2020 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Moraes suspende interrogatório de Witzel no tribunal do impeachment

26.12.2020 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Bolsa Família e Auxílio Gás: pagamento é efetuado hoje, confira quem recebe

Bolsa Família e Auxílio Gás: pagamento é efetuado hoje, confira quem recebe

25.04.2024 05:00 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
PC-RJ indicia suspeitos por assassinato de advogado a queima roupa

PC-RJ indicia suspeitos por assassinato de advogado a queima roupa

24.04.2024 20:56 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
20 toneladas de queijo sao apreendidas em Minas Gerais

20 toneladas de queijo sao apreendidas em Minas Gerais

24.04.2024 20:51 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Ludmilla ganha relógio de luxo de Brunna no aniversário de 29 Anos

Ludmilla ganha relógio de luxo de Brunna no aniversário de 29 Anos

24.04.2024 20:47 3 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.