Persio Arida, coordenador do programa econômico de Geraldo Alckmin, disse ao Estadão que uma escolha errada nas eleições de outubro pode comprometer a recuperação que estamos vivendo.
“Sem crescimento, não há solução. Numa crise como essa, é natural que parte da população queira um salvador, alguém que venha do nada e resolva tudo. O Brasil está diante de dois riscos: ter uma esquerda retrógrada estatizante, com a noção de que esse ou aquele setor são estratégicos, o que é uma ideia claramente atrasada, ou ter uma direita populista e obscurantista.”
O jornal não perguntou se ele se referia especificamente a Jair Bolsonaro, mas sim o que ele quis dizer com populista e obscurantista.
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“Populista ao dizer que se resolve o problema da segurança dando armas a todos. Sabe o que acontecerá? O aumento de crimes passionais, de mortes por briga no trânsito. Imagine disputas de torcidas de futebol com pessoas armadas. A realidade não cansa de comprovar que, para todo problema complexo, há uma solução simples – e errada. São Paulo reduziu homicídios impondo o estatuto do desarmamento.”
Para Arida, o obscurantismo da direita estaria “nos costumes”.
“Nosso caminho não é negar a natureza plural da sociedade brasileira. O Brasil tem de respeitar os direitos humanos. É assim que o país foi construído e tem de continuar sendo. O desafio é escapar dos extremos e ter um centro democrático.”
O desafio, na verdade, é debater os assuntos sem chavões e mistificações.
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