O ex-governador de Tocantins Siqueira Campos, que completará 91 anos no próximo dia 1º, assumiu ontem o cargo de senador da República, como registramos.

Ele é o primeiro suplente do senador Eduardo Gomes (MDB), que decidiu ocupar uma função no governo local, mas promete voltar ao Congresso assim que o recesso parlamentar terminar. Gomes admitiu que se trata de “um gesto político”, “uma homenagem” a Siqueira Campos.

Essa “homenagem” tem preço e quem pagará somos nós.

Por assumir o cargo, Siqueira Campos recebeu uma “ajuda de custo” do Senado equivalente ao salário mensal de senador, ou seja, R$ 33.763,00. Quando deixar o cargo — ao que tudo indica, daqui a menos de um mês –, ganhará uma nova “ajuda de custo” de igual valor. Sem contar, obviamente, o salário proporcional ao tempo que permanecer cuidando do gabinete.

Caso devolva, de fato, o cargo a Eduardo Gomes no início de agosto, Siqueira Campos terá recebido algo perto de 85 mil reais.

Além disso, o ex-governador — que tem a saúde debilitada e é acompanhado por enfermeiros e médicos — poderá ser atendido pelo plano de saúde do Senado, se quiser.

“É uma homenagem com o chapéu dos outros, com o dinheiro do contribuinte”, comentou com O Antagonista o economista Gil Castelo Branco, fundador da ONG Contas Abertas.