Tasso: "Não é um governo de coalizão, é de cooptação escancarada" Tasso: "Não é um governo de coalizão, é de cooptação escancarada"
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Tasso: “Não é um governo de coalizão, é de cooptação escancarada”

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 25.01.2021 17:04 comentários
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Tasso: “Não é um governo de coalizão, é de cooptação escancarada”

Em entrevista a O Antagonista, o senador Tasso Jereissati (PSDB) disse que decidiu declarar apoio à candidatura de Simone Tebet (MDB) à presidência do Senado porque acredita que, nos próximos dois anos, "será fundamental um Congresso forte e independente"...

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Tasso: “Não é um governo de coalizão, é de cooptação escancarada”
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em entrevista a O Antagonista, o senador Tasso Jereissati (PSDB) disse que decidiu declarar apoio à candidatura de Simone Tebet (MDB) à presidência do Senado porque acredita que, nos próximos dois anos, “será fundamental um Congresso forte e independente”.

“Do ponto de vista pessoal, existem poucas diferenças entre os dois [Simone Tebet e Rodrigo Pacheco]: são advogados, professores de direito, pessoas preparadas. Mas a maneira como o outro foi escolhido pesou. O outro foi escolhido pelo Davi Alcolumbre, com a benção do presidente Bolsonaro. E a Simone se apresentou como uma candidata independente, sem padrinho, capaz de enfrentar este momento dificílimo que estamos vivendo.”

O tucano afirmou que a invasão do Capitólio, no início neste mês, por apoiadores de Donald Trump, precisa servir de alerta para os políticos e para o Brasil como um todo.

“Nos últimos meses, a referência de Trump para Bolsonaro ficou mais explícita, quando a gente viu o Trump resistindo a reconhecer a vitória do adversário, provocando uma situação inédita e gravíssima na história dos Estados Unidos, que foi a invasão do Capitólio. Aqui estamos vendo o mesmo filme. O presidente vem fazendo coisas semelhantes: tem dito que não vai aceitar o resultado, que vai haver fraude na eleição de 2022. O filme está se repetindo, com uma diferença perigosíssima: Bolsonaro tem constantemente cortejado os militares e as polícias.”

Para Jereissati, estas eleições na Câmara e no Senado poderão ter um caráter decisivo para a situação política do país.

“Não podemos dar nenhum espaço, do ponto de visto político, simbólico, para o presidente Bolsonaro.”

O senador reconheceu que o MDB, partido de Simone, demorou a lançá-la, mas ele fez questão de ponderar que “o poder de cooptação” na outra candidatura é muito grande e a missão da candidata se tornou, de fato, “bastante difícil”.

“Infelizmente, no nosso meio parlamentar, a cooptação por parte do governo e dos poderes constituídos, presidentes do Senado e do Câmara, é muito forte. O poder de cooptação é muito grande. Isso não é de agora. É uma luta bastante difícil a da Simone, mesmo que ela tivesse começado a campanha mais cedo. Mas é uma luta possível. Tenho sentido uma opinião pública cada vez mais preocupada com o que está acontecendo no Brasil. Nunca foi tão importante uma eleição na Câmara e no Senado, por essa questão institucional.”

Provocado a comentar sobre o toma lá, dá cá no governo de Jair Bolsonaro e a construção da base no Congresso, com o casamento do Centrão com o Palácio do Planalto, Jereissati afirmou:

“Estamos vendo um retrocesso. O presidente Bolsonaro se elegeu com a bandeira da tal nova política, se opondo ao que chamava de velha política, dizendo que mudaria os hábitos. No entanto, eu acho que isso já aconteceu, mas desta vez está acontecendo de uma maneira mais escancarada: não é um governo de coalizão, é de cooptação escancarada. Temos o PT apoiando o candidato do Bolsonaro no Senado. Quer coisa mais estranha que isso? Isso tem a ver com ideologia? Essa coalizão, que existia no passado, era mais cheia de pudor. Agora, nós passamos para uma cooptação descarada. Os políticos não escondem mais que é cooptação pura e simplesmente. Quando vemos o PT votando no candidato do Bolsonaro, insisto, tem alguma coisa muita estranha nessa política. Eu não tenho a solução. A solução de sempre seria uma reforma política, um parlamentarismo com voto distrital.”

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