Luciano Coutinho é um sujeito que transita entre o petismo, o tucanismo e o peemedebismo com a leveza de uma bailarina do Bolshoi. Por isso mesmo, pegam leve com ele na CPI da Petrobras.

Tudo bem que a CPI é da Petrobras, e não do BNDES — mas, quando Luciano Coutinho disse que era “transparente”, um deputado poderia ter levantado a questão sobre o empenho da bailarina em esconder as condições do empréstimo de mais de 8 bilhões de reais à JBS/Friboi, bem como as do empréstimo de 1 bilhão de reais a Cuba, via Odebrecht, para a construção do Porto de Mariel.

Sobre a Gasene, o gasoduto cujo trecho principal teve, atenção, um superfaturamento de 1.800%, Luciano Coutinho se limitou a dizer que o empréstimo está sendo pago regularmente. E mais não precisava. Ninguém lhe perguntou como é possível o BNDES ter liberado um financiamento para essa roubalheira, sem levantar nenhuma objeção.

Luciano Coutinho não presta um depoimento. Faz um pas-de-deux com cada deputado que supostamente o inquire, com um e outro tremelique de emoção, comuns às bailarinas.

Un, deux, trois, à la hauteur, Coutinhô…