O grupo especial formado no Ministério Público para acompanhar as ações de combate à Covid-19 recomendou a Nelson Teich que administre diretamente o sistema de saúde do Amazonas, em colapso e sob forte suspeita de mau uso dos recursos federais enviados ao estado.

Os procuradores destacam o aluguel, pelo governo estadual, do Hospital Nilton Lins, inaugurado às pressas no sábado (18) pelo governador Wilson Lima (PSC), mas reprovado pelo Conselho Regional de Medicina, por falta de álcool 70% e equipamentos de proteção para médicos e enfermeiros, mau funcionamento de respiradores nas UTIs e até falta de água nas pias.

O MP diz que hospitais públicos já existentes no estado estão sendo sendo negligenciados, especialmente para atendimento a indígenas e ribeirinhos que viajam a Manaus para ter atendimento médico.

Desde o início do ano, o governo federal já repassou R$ 194 milhões para o estado. Deputados estaduais aprovaram na segunda um pedido de intervenção federal na saúde do Amazonas.

“A inaptidão do estado em levar a cabo, de modo tempestivo e eficiente, o plano de contingência por ele próprio elaborado, bem como a falta de transparência quanto às medidas relacionadas à pandemia, leva à necessidade de que a União exercite urgentemente suas atribuições de fiscalização e execução suplementar de serviços de saúde.”

Além de ministro, Teich pode também virar secretário estadual de saúde.