A Folha informa que os deputados Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo apresentaram proposta na Câmara para incluir Enéas Carneiro (1938-2007) no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que fica no Panteão da Pátria Tancredo Neves, na praça dos Três Poderes, em Brasília.

Eleito deputado federal em 2002 com recorde de votos na história do país (1,74 milhão), o fundador do Prona disputou três eleições presidenciais dispondo de míseros segundos no horário da TV, no qual encerrava seu recado com o bordão que lhe deu fama: “meu nome é Enéas”.

“É uma proposição feita por quem vangloria torturadores”, disse a deputada Érika Kokay (PT-DF), que pediu vista do projeto em debate na Comissão de Cultura.

“O reconhecimento dele [Enéas] é pela intelectualidade”, reagiu Eduardo Bolsonaro ao ouvir a petista. “Não tem nada a ver com ditadura. É uma pessoa que se destacou desde jovem ao se dedicar aos estudos, [teve] uma vida difícil e provou que qualquer brasileiro pode alcançar grandes postos na sociedade.”

O relator da comissão, Diego Garcia (PHS-PR), vota pela aprovação da proposta, mas outros integrantes, como Jean Wyllys (PSOL-RJ), claro, são contrários.

Temos um Enéas, mas nunca teremos um Virgílio.