“O negacionismo está vencendo”, disse Dimas Covas, do Instituto Butantan.
“Os números são alarmantes. Hoje o Brasil é campeão do mundo na epidemia, e isso significa uma vitória do negacionismo. Estamos perdendo a batalha. O vírus está ganhando, correndo de uma forma muito tranquila e com isso provocando muitos óbitos. A falta de um discurso unificado e de um entendimento correto do que é a epidemia é fatal.”
Em entrevista para O Globo, ele explicou de que maneira o Butantan foi afetado pela guerra eleitoral entre Jair Bolsonaro e João Doria:
“Obviamente que a comunicação política trouxe muitos prejuízos à própria imagem do Butantan. Por ele estar produzindo uma vacina com a China, no estado de São Paulo, que tem um governador nitidamente opositor ao governo federal, isso trouxe uma pressão enorme. O Butantan acabou ficando no meio de várias forças e muitas vezes foi ator principal. O fato de o Butantan não ter sido contratado no ano passado, ter sido preterido quando ofereceu vacinas ao ministério… Houve uma questão política que atingiu fortemente o Butantan. O governo do estado de São Paulo veio em defesa e usou das armas da política para isso. O fato é que o Butantan neste momento é a espinha dorsal da vacinação no Brasil. É o que no fundo prevalece.”
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