O 'parlamentarismo' de Rodrigo Maia O 'parlamentarismo' de Rodrigo Maia
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O ‘parlamentarismo’ de Rodrigo Maia

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4 minutos de leitura 28.12.2020 14:00 comentários
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O ‘parlamentarismo’ de Rodrigo Maia

Rodrigo Maia encerra seu mandato como presidente da Câmara, em fevereiro de 2021, sem deixar saudades - especialmente para o Palácio do Planalto. Se em 2019, o deputado incomodou bastante o Executivo controlando com mão de ferro a pauta legislativa, em 2020 ele foi além...

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O ‘parlamentarismo’ de Rodrigo Maia
Foto: Adriano Machado/Crusoé

Rodrigo Maia encerra seu mandato como presidente da Câmara, em fevereiro de 2021, sem deixar saudades – especialmente para o Palácio do Planalto.

Se em 2019, o deputado incomodou bastante o Executivo controlando com mão de ferro a pauta legislativa, em 2020 a coisa foi além.

O presidente da República afirmou com todas as letras que a intenção do presidente da Câmara era derrubá-lo: Ele quer atacar o governo federal, enfiando a faca no governo federal.

Paulo Guedes, um dos alvos preferenciais do democrata, chamou de “parlamentarismo branco” o estilo do democrata e afirmou, em entrevista, ter desarmado um plano de impeachment que tiraria Bolsonaro do poder em 60 dias.

A divergência entre o governo e as lideranças da Câmara se intensificou depois que os deputados aprovaram uma versão distorcida do Plano Mansueto, projeto de reorganização das contas dos estados proposto pelo governo.

Apelidada de “Plano Mãesueto”, a versão defendida por Maia previa que o governo federal se comprometesse a cobrir as perdas de receita de estados e municípios sem precisar de contrapartidas, o que provocaria um impacto econômico gigantesco – com risco de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, dando causa a um impeachment.

“Eu lamento a posição do Rodrigo Maia nessas questões. Lamento muito a posição dele, que resolveu assumir o papel do Executivo com ataques bastante contundentes à nossa posição”, disse Bolsonaro.

Em resposta, Maia afirmou que não reagiria às declarações de Bolsonaro no mesmo “nível”. “O presidente não vai ter de mim ataques. Ele nos joga pedras, o Parlamento vai jogar flores ao governo federal.”

Disse ainda que o “presidente ataca com um velho truque da política. Quando você tem uma notícia ruim como foi a demissão do Mandetta, você cria outro fato”.

Em meio à guerra com Bolsonaro, Maia virou alvo da milícia bolsonarista, que atacou o presidente da Câmara e sua família, dentro e fora das redes.

Carlos Bolsonaro, o Carluxo, chegou a mandar um recado para Maia no Twitter: O povo o odeia! Não os representa. Saia da bolha, vá na rua e perceberá”.

Até o senador Flávio Bolsonaro, considerado o mais discreto dos filhos do presidente, aderiu à ofensiva contra o deputado: “Cabe confirmar com o TSE se Rodrigo Maia foi eleito deputado federal ou presidente do Brasil.”

Apesar dos ataques, Maia diversas vezes que não estava interessado em abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro. Disse que as dezenas de denúncias contra o presidente continuariam em sua gaveta: “Não tenho os elementos para tomar uma decisão agora.”

Por via das dúvidas, o procurador-geral da República, Augusto Aras, tirou da gaveta a investigação contra o Botafogo das planilhas da Odebrecht.

Se Maia foi tchutchuca com Bolsonaro, agiu como tigrão com Guedes.

A relação que já era ruim ficou pior com ataques diários e recíprocos. Em setembro, Maia chegou a dizer publicamente que o ministro da Economia havia proibido sua equipe de manter contato com ele.

Já Guedes afirmou que havia um boato de que Maia teria feito um acordo com a esquerda para travar a agenda de reformas e privatizações. “Paulo Guedes está desequilibrado e deveria assistir ao filme A Queda”, reagiu o presidente da Câmara, acusando o ministro de interditar o debate da reforma tributária.

Como pano de fundo do embate, a criação de um imposto sobre transações financeiras aos moldes da antiga CPMF. Defendida pelo ministro da Economia, Maia disse diversas vezes que era contra a criação do novo imposto.

Após longo rompimento que ajudou a travar a economia já combalida pela pandemia, Maia e Guedes tentaram selar as pazes em outubro, durante uma buchada de bode na casa do ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Mas as desculpas públicas e trocas de elogios depois do jantar não resistiram ao debate sobre o orçamento de 2021.

Embora deixe o comando da Câmara em fevereiro, Maia tentará fazer seu sucessor para poder continuar nos holofotes. Para tanto, forma uma “frente ampla” contra o bolsonarismo.

Seja como for, enquanto posava como democrata nas suas refregas com o Planalto, Maia continuou a fazer o que sempre fez: torpedear a luta anticorrupção.

Na reta final do ano legislativo, o presidente da Câmara resolveu dar urgência a um projeto que blinda escritórios de advocacia e descumpriu a promessa de pautar a PEC da prisão após condenação em segunda instância.

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