

O advogado Frederick Wassef, que agora entrou no radar do Ministério Público Federal, foi recebido por Michel Temer, no exercício da Presidência da República, em 18 de outubro de 2011.
A agenda oficial daquele dia registra um café da manhã com deputados e senadores do MDB, no Palácio do Jaburu, depois audiência com o AGU no gabinete da Vice-Presidência, seguida da reunião com Fred Wassef e Luiza Eluf, então procuradora de Justiça do MP/SP.
Procurada por O Antagonista, Eluf contou que esteve em Brasília para pedir apoio de Temer à sua candidatura para vereadora em São Paulo pelo MDB. E que Wassef a acompanhou à audiência, mas o então vice-presidente não tinha conhecimento.
“Eu almocei na casa dele e da Cristina (Boner), de quem sou amiga. E comentei que ia me encontrar com o vice-presidente. Ele se ofereceu para me levar ao Planalto e eu o convidei a acompanhar a audiência com o Temer. Eles não se conheciam.”
Na ocasião, as empresas de Cristina Boner, hoje ex-mulher de Wassef, já mantinham contratos com o governo federal. A empresária já informou que seu grupo faturou R$ 221 milhões nos governos Dilma e Temer. No governo Bolsonaro, esse valor chega a R$ 41 milhões.
Como revelou Crusoé, Wassef mantém desde 2015 relação profissional com a JBS e chegou a visitar a PGR meses atrás para tratar do processo rescisão do acordo de colaboração premiada de Joesley e Wesley – delação que teve como alvo principal o próprio Temer.
O Antagonista mostrou mais cedo que Boner, também em 2015, pegou empréstimo de R$ 10 milhões com o Banco Original, dos irmãos Joesley e Wesley, dando como garantia um terreno num brejo em Atibaia.