Depoimento de Eduardo Pazuello é um Dos Mais Esperados da CPI Depoimento de Eduardo Pazuello é um Dos Mais Esperados da CPI
O Antagonista

O que esperar dos primeiros depoimentos da CPI da Covid

avatar
Wilson Lima
5 minutos de leitura 03.05.2021 22:54 comentários
Brasil

O que esperar dos primeiros depoimentos da CPI da Covid

O depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta marca o início das oitivas da CPI da Covid, nesta terça-feira, às 10h. Outro ex-chefe da pasta que também será ouvido amanhã é Nelson Teich...

avatar
Wilson Lima
5 minutos de leitura 03.05.2021 22:54 comentários 0
O que esperar dos primeiros depoimentos da CPI da Covid
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta marca o início das oitivas da CPI da Covid, nesta terça-feira, às 10h. Outro ex-chefe da pasta que também será ouvido amanhã é Nelson Teich. Já na quarta-feira é a vez de Eduardo Pazuello. Seu depoimento é um dos mais esperados pelos membros da CPI e o que mais preocupa o Palácio do Planalto.

Na quinta-feira, a CPI realiza as oitivas do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. Segundo um integrante da CPI, os senadores querem durante a esta semana “fazer a reconstituição passo a passo das crises no Ministério da Saúde e determinar responsabilidades”.

Ao longo do depoimento de Mandetta, a oposição irá questioná-lo sobre as interferências de Jair Bolsonaro no Ministério da Saúde.

Os senadores de oposição querem mostrar como o presidente da República sabotou o combate à pandemia enquanto a ala governista tentará “desconstruir” a imagem técnica do ex-ministro, mostrando que ele agiu politicamente à frente da pasta, já pensando em uma candidatura à Presidência da República. Serão pelo menos 45 perguntas.

A oitiva de Nelson Teich preocupa o governo pelo fato de o ex-ministro ter iniciado as tratativas para a compra de vacinas. Os senadores do chamado G7 pretendem focar exatamente neste aspecto para mostrar, também, que a ação de Bolsonaro foi determinante para atrasar as tratativas junto às indústrias farmacêuticas. A intenção é fazer, no mínimo, 36 questionamentos.

Na quarta-feira, acontece a inquirição do ex-ministro Eduardo Pazuello. O general foi treinado pelo Planalto para responder às perguntas dos senadores e para não se descontrolar após eventuais provocações de integrantes da oposição.

Ao longo do depoimento de Pazuello, os senadores vão questionar o ex-ministro sobre o processo de aquisição de vacinas e vão lembrar, por exemplo, do cancelamento do protocolo de intenções com o Butantan para a aquisição de 46 milhões de doses da Coronavac. O recuo do governo ocorreu por determinação de Bolsonaro. “Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, disse Bolsonaro em outubro do ano passado.

Na oitiva de Pazuello, os senadores pretendem também inquirir sobre o aplicativo TrateCOV, “tratamento precoce”, prescrição e aquisição de cloroquina, falta de campanhas publicitárias de enfretamento do novo coronavírus e sobre a falta de oxigênio e colapso na saúde de Manaus.

Os depoimentos mais mornos, conforme os próprios integrantes da CPI, devem ser de Queiroga e Barra Torres. Nos dois casos, segundo o colegiado, as perguntas serão mais técnicas, focadas no plano de imunização e nas autorizações para o uso de emergencial de vacinas.

Leia abaixo as principais perguntas que serão feitas pelos membros da CPI às testemunhas

Luiz Henrique Mandetta:
– Houve pressão do presidente da República relacionada à aplicação da cloroquina?
– Houve algum tipo de tratativa para a compra de vacinas?
– Houve interferência do Planalto contra a adoção das medidas de isolamento social?
– Quantas vezes (ou em quais oportunidades) o presidente foi alertado sobre o isolamento social?
– Houve algum movimento de caráter político quando Mandetta esteve no ministério?
– O Ministério da Saúde fiscalizou recursos encaminhados aos estados e municípios para o enfretamento da pandemia?

Nelson Teich:
– Houve pressão do presidente da República relacionada à aplicação da cloroquina?
– Quando foram iniciadas as tratativas para a aquisição de vacinas? Houve algum protocolo de intenção para aquisição de imunizantes iniciado na gestão Teich?
– O Planalto boicotou ações de isolamento social?
– Houve ação do Ministério para disponibilizar leitos de UTI?

Eduardo Pazuello:
– Houve pressão do presidente da República relacionada à aplicação da cloroquina?
– Por qual motivo o governo federal ignorou o protocolo de aquisição de vacinas da Pfizer em agosto do ano passado?
– Houve interferência do Planalto contra a adoção das medidas de isolamento social?
– O presidente Jair Bolsonaro vetou a compra de vacinas em algum momento?
– De quem foi a responsabilidade pelo colapso do sistema de saúde no Amazonas?
– O Ministério da Saúde foi alertado previamente sobre a crise da saúde no Amazonas?
– De quem foi a responsabilidade pela compra e envio de cloroquina para estados e municípios?
– De quem foi a ideia de se implementar o aplicativo TrateCOV e quem é o responsável pela recomendação do chamado “tratamento precoce”?

Marcelo Queiroga:
– Ao sair do Ministério da Saúde, Pazuello deixou algum planejamento relacionado à compra de vacinas? Em caso positivo, houve erros nesse planejamento?
– Qual é a expectativa de entrega de vacinas até o final do ano?
– Houve alguma recomendação do presidente Jair Bolsonaro para acelerar o processo de compra de vacinas?
– Houve algum entrave por parte do Palácio do Planalto que impediu a compra de vacinas?

Antônio Barra Torres:
– O governo interferiu, em algum momento, para atrasar a concessão de autorização emergencial de vacinas?
– Qual o período médio para a concessão de autorização emergencial para imunizantes?
– As empresas farmacêuticas buscaram a Anvisa para acelerar a concessão da autorização emergencial de imunizantes?

Mundo

Mídia estatal do Irã reporta explosões em Isfahan

18.04.2024 23:24 3 minutos de leitura
Visualizar

Confira os favoritos para novo técnico do São Paulo

Visualizar

Palmeiras confirma transferência de Breno Lopes ao Fortaleza

Visualizar

Novo pede afastamento de ministro ligado à defesa da Odebrecht

Visualizar

Kassio alivia bicheiro: tudo acaba em samba

Visualizar

Valores pagos pelo São Paulo para contratar e demitir Thiago Carpini

Visualizar

Tags relacionadas

Antônio Barra Torres CPI da Covid CPI da pandemia Henrique Mandetta Marcelo Queiroga Nelson Teich
< Notícia Anterior

Bruno Covas é extubado

03.05.2021 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Supremo julga hoje pedido de Arruda por absolvição

04.05.2021 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Novo pede afastamento de ministro ligado à defesa da Odebrecht

Novo pede afastamento de ministro ligado à defesa da Odebrecht

18.04.2024 21:22 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Lula anuncia demarcação de apenas duas terras indígenas

Lula anuncia demarcação de apenas duas terras indígenas

18.04.2024 20:22 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Mega planta de machonha é apreendida em Santa Catarina

Mega planta de machonha é apreendida em Santa Catarina

18.04.2024 20:07 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Helicóptero da Casa Militar cai em Campo Grande

Helicóptero da Casa Militar cai em Campo Grande

18.04.2024 19:13 3 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.