O vice de Bruno Covas e a opacidade tucana O vice de Bruno Covas e a opacidade tucana
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O vice de Bruno Covas e a opacidade tucana

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4 minutos de leitura 25.11.2020 14:44 comentários
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O vice de Bruno Covas e a opacidade tucana

Não é preciso ser de esquerda e eleitor de Guilherme Boulos, o candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, para constatar que o vice de Bruno Covas, o tucano que pleiteia a reeleição na capital paulista, é um sujeito complicado. Ricardo Nunes é vereador pelo MDB, já foi acusado de agredir a mulher e é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por superfaturamento no convênio de creches particulares com a prefeitura paulistana...

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O vice de Bruno Covas e a opacidade tucana
Foto: Reprodução/Instagram/RicardoNunes

Não é preciso ser de esquerda e eleitor de Guilherme Boulos, o candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, para constatar que o vice de Bruno Covas, o tucano que pleiteia a reeleição na capital paulista, é um sujeito complicado. Ricardo Nunes é vereador pelo MDB, já foi acusado de agredir a mulher e é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por superfaturamento no convênio de creches particulares com a prefeitura paulistana. O dinheiro iria para o seu bolso por meio de uma sociedade que recebe dinheiro municipal para pagamentos de aluguéis das creches. Ele nega.

Assim como Bruno Covas escondeu o padrinho João Doria, cuja taxa de rejeição é muito grande na cidade de São Paulo, ele também deixou Ricardo Nunes à sombra. A campanha de Guilherme Boulos, previsivelmente, puxou-o para a luz dos holofotes, sugerindo ao eleitor que se informasse a respeito do vice do adversário. O subtexto malévolo é que Ricardo Nunes pode acabar ocupando o lugar do titular da chapa, se o PSDB sair vencedor,

Para além das suspeitas que pesam contra o candidato a vice de Bruno Covas, o vereador Ricardo Nunes mostra como as conveniências de circunstância montam a salada ideológica em São Paulo. João Doria e Bruno Covas, que se apressaram em distanciar-se ainda mais de Jair Bolsonaro e fazer juras de amor ao centro político, campo ao qual pertenceriam por convicção inabalável, têm no candidato a vice-prefeito paulistano um sujeito que reza pela cartilha ultradireitista no campo dos costumes: é ligado à ala conservadora da Igreja Católica e crítico ferrenho da chamada “ideologia de gênero”. Como relator do plano municipal de educação, opôs-se a que o assunto fosse abordado nas escolas. Em entrevista à revista Esquinas, para mostrar que as suas posições quanto ao assunto não significam preconceito, ele afirmou: “Tem até um homossexual trabalhando na minha casa, o Dinho, que de noite é Dinha”. Ele também disse que “o Estado pode ser laico, mas não ateu”, ao defender que a religião pode influenciar decisões políticas.

No site da campanha de Bruno Covas, não há defesa das acusações e informação detalhada sobre o perfil ideológico de Ricardo Nunes. Sob o título “Conheça de verdade Ricardo Nunes, o vice de Bruno Covas”, atribui-se ao vereador o enfrentamento dos grandes bancos (“Nunes destacou-se como presidente da CPI da Sonegação Tributária quando, com atuação firme, recuperou para a capital R$ 1,2 bilhão de impostos não pagos por instituições financeiras poderosas”) e grande capacidade administrativa — “Bruno Covas entende que a integridade pessoal do vereador, seu conhecimento da realidade empresarial e sua competência comprovada na fiscalização das finanças e na gestão orçamentária do município são atributos importantes para ajudar o prefeito a conduzir a cidade nos próximos quatro anos. Ricardo Nunes é o melhor nome que São Paulo poderia ter hoje para o cargo de vice-prefeito, num momento de grandes desafios econômicos e de esperança de reconstrução”.

A data do texto “Conheça de verdade”, contudo, é reveladora: 23 de novembro, anteontem. Ou seja, a campanha de Bruno Covas sentiu os golpes que vêm sendo desferidos pela campanha adversária contra Ricardo Nunes nesta reta final e resolveu fazer alguma coisa. É pouco. Como a distância que separa o tucano do psolista vem diminuindo, apesar de ainda ser de dez pontos a favor do primeiro, imagina-se que o PSDB deva estar aliviado de o segundo turno estar logo ali, no próximo domingo.

Não é preciso ser de esquerda e eleitor do PSOL para verificar que Guilherme Boulos não escondeu a vice Luiza Erundina. Pelo contrário, exibiu-a como troféu, apesar de a ex-petista ter sido péssima prefeita de São Paulo. Coerência pode não ser qualidade, mas transparência é. Tucanos costumam ser opacos, e isso nunca é bom. Se Ricardo Nunes é tão bom candidato como quer fazer crer Bruno Covas, ele deveria ter sido apresentado à massa de eleitores desde o início da disputa.

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