"Ouvi de diretor de banco que havia achaque a cada 2 anos por doações eleitorais", diz Barroso "Ouvi de diretor de banco que havia achaque a cada 2 anos por doações eleitorais", diz Barroso
O Antagonista

“Ouvi de diretor de banco que havia achaque a cada 2 anos por doações eleitorais”, diz Barroso

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 04.05.2021 19:51 comentários
Brasil

“Ouvi de diretor de banco que havia achaque a cada 2 anos por doações eleitorais”, diz Barroso

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, disse ser contra o financiamento eleitoral privado. Em nota, o ministro afirmou que já ouviu de um diretor de um grande banco que a instituição era achacada em anos eleitorais para fazer doações...

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 04.05.2021 19:51 comentários 0
“Ouvi de diretor de banco que havia achaque a cada 2 anos por doações eleitorais”, diz Barroso
Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, disse ser contra o financiamento eleitoral privado. Em nota, o ministro afirmou que já ouviu de um diretor de um grande banco que a instituição era achacada em anos eleitorais para fazer doações.

“Eu ouvi, pessoalmente, do diretor de um grande banco, que de 2 em 2 anos eles eram achacados para fazer doações.”

Segundo Barroso, a decisão do STF em 2014, que proibiu esse tipo de aporte em campanhas políticas e partidos, considerou essas doações inconstitucionais “por permitir graves violações ao princípio da moralidade administrativa”, por exemplo:

  • “a empresa podia tomar empréstimo em bancos públicos e doar para a campanha de quem tinha o poder de liberar o empréstimo;
  • a mesma empresa podia doar para os diversos candidatos concorrendo à presidência, o que, evidentemente, não significava o exercício de um direito político (para quem acha que empresa tem direito político), mas denotava a compra de favores futuros, ganhasse quem ganhasse; e
  • não havia restrição a que a administração vencedora contratasse o doador da campanha, pagando com o dinheiro público do contrato administrativo o favor privado da doação.”

Caso a proposta seja aprovada, continuou o ministro, é preciso impor “um teto módico” que englobe grupos empresariais, além da proibição de doações por empresas ou conglomerados “que mantenham contratos onerosos celebrados com a Administração Pública”.

“Penso que há enorme risco de retrocesso se voltarmos ao modelo de financiamento por pessoas jurídicas”, finalizou.

Leia a nota abaixo:

“SOBRE O FINANCIAMENTO EMPRESARIAL DE CAMPANHAS ELEITORAIS

  1. Na decisão de 2014, na ADI 4.650, o STF declarou inconstitucional o modelo de financiamento empresarial de campanhas então vigente, que permitia que pessoas jurídicas fizessem doações a candidatos e a partidos políticos em valores que representassem até 2% do seu faturamento bruto. Na prática, isso permitia que poucas empresas doassem milhões às campanhas. Eu ouvi, pessoalmente, do diretor de um grande banco, que de 2 em 2 anos eles eram achacados para fazer doações.
  2. O sistema era inconstitucional por permitir graves violações ao princípio da moralidade administrativa, inscrito na Constituição. Alguns exemplos: a) a empresa podia tomar empréstimo em bancos públicos e doar para a campanha de quem tinha o poder de liberar o empréstimo; b) a mesma empresa podia doar para os diversos candidatos concorrendo à presidência, o que, evidentemente, não significava o exercício de um direito político (para quem acha que empresa tem direito político), mas denotava a compra de favores futuros, ganhasse quem ganhasse; e c) não havia restrição a que a administração vencedora contratasse o doador da campanha, pagando com o dinheiro público do contrato administrativo o favor privado da doação.
  3. No atual momento, a decisão de instituir o financiamento eleitoral por empresas com teto fixo constitui uma decisão política, que cabe ao Congresso Nacional. Embora nem todo modelo de doação por pessoas jurídicas seja a priori inconstitucional, não tenho simpatia pela ideia. O processo democrático deve ser um exercício de cidadania e não de poder econômico. Sou a favor das doações por pessoas físicas, com teto. E sou a favor, também, de incentivos para que as pessoas físicas façam doações.
  4. Não morro de amores pelo Fundo Eleitoral, mas acho que ele sai mais barato para o país do que o financiamento por empresas privadas. Como intuitivo, quem dá dinheiro tem o poder de influenciar decisões, criando interesses especiais que nem sempre correspondem ao interesse público. A pior faceta da apropriação privada do Estado não é representada pelas propinas e pelos desvios, mas pelas decisões erradas a que ela induz.
  5. Se por acaso vier a ser aprovado o financiamento eleitoral por empresas privadas, além de um teto módico, é importante que esse limite seja por grupo empresarial. Porque um mesmo grupo empresarial pode ter inúmeras empresas com diferentes CNPJs e, sem essa restrição, o teto passa a ser fictício.
  6. Além disso, devem ser vedadas as contribuições de pessoas jurídicas ou de suas controladas e coligadas que mantenham contratos onerosos celebrados com a Administração Pública. E mais: as pessoas jurídicas que efetuarem doações devem ser impedidas de celebrar qualquer contrato oneroso com a Administração Pública até o término do mandato para o qual os candidatos financiados foram eleitos.
  7. Mas, sinceramente, penso que há enorme risco de retrocesso se voltarmos ao modelo de financiamento por pessoas jurídicas.”
Esportes

Valores pagos aos árbitros e assistentes das séries A e B do Brasileirão

19.04.2024 20:00 3 minutos de leitura
Visualizar

Botafogo se aproxima da contratação de Cuiabano, do Grêmio

Visualizar

Petismo entrega Janones à vingança do Bolsonarismo

Madeleine Lacsko Visualizar

Cães de terapia transformam UTI na Espanha

Visualizar

Internacional busca retomada de vitórias sob comando de Eduardo Coudet

Visualizar

Ex-vice do Equador preso em embaixada do México pede ajuda a Lula

Visualizar

Tags relacionadas

financiamento eleitoral privado Luís Roberto Barroso TSE
< Notícia Anterior

Governadores seguraram 2ª onda da pandemia, diz Wellington Dias a embaixador da Rússia

04.05.2021 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Covas posta foto com filho em hospital: 'mais uma batalha vencida'

04.05.2021 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

O Antagonista é um dos principais sites jornalísticos de informação e análise sobre política do Brasil. Sua equipe é composta por jornalistas profissionais, empenhados na divulgação de fatos de interesse público devidamente verificados e no combate às fake news.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Brasil chega na casa das 1600 mortes por dengue

Brasil chega na casa das 1600 mortes por dengue

19.04.2024 18:53 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Anvisa proíbe cigarros eletrônicos em votação unanime

Anvisa proíbe cigarros eletrônicos em votação unanime

19.04.2024 18:42 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Polícia Federal denuncia que plataforma X liberou live de perfis bloqueados

Polícia Federal denuncia que plataforma X liberou live de perfis bloqueados

19.04.2024 18:17 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Show de Roberto Carlos é cancelado

Show de Roberto Carlos é cancelado

19.04.2024 18:02 3 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.