No Planalto, auxiliares de Jair Bolsonaro avaliam que o grande vencedor das eleições municipais foram os partidos do Centrão –em especial, PSD, PP e DEM.

Eles ainda analisam que a esquerda recuperou parte da força, e que o bolsonarismo foi derrotado nas urnas. O cenário, segundo um assessor ouvido por O Antagonista, deve dar ainda mais força ao Centrão no Planalto.

“Agora é preciso calma para avaliar melhor os cenários. O certo é que o Centrão sai fortalecido, e uma possibilidade é o presidente se aproximar ainda mais desses caciques. Não só [pensando em] 2022, mas no amanhã, na política. Mas tem uma troca: mais recurso para município”, disse.

Bolsonaro foi aconselhado por auxiliares a não se envolver nas eleições municipais, mas o presidente entrou na disputa e “assumiu o ônus” ao apoiar publicamente 11 candidatos a prefeito. Desses, um venceu no primeiro turno, dois disputarão o segundo turno e os oitos restantes foram derrotados.

Para o segundo turno, a ala militar do Planalto defende que Bolsonaro adote outra estratégia, distanciando-se das campanhas. E, projetando para 2022, o entorno do presidente busca uma meio-termo: um Bolsonaro que se alie à política tradicional, mas não deixe o caráter “popular”.