

O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, disse nesta sexta-feira (24) que há “fatores de confusão” no estudo feito pelos principais hospitais brasileiros que apontou a ineficácia do uso da hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19.
Segundo o secretário, o trabalho –considerado o maior já feito no país sobre a droga, com 665 pessoas em 55 hospitais– usa conceitos diferentes dos usados pelo ministério e, por isso, não pode ser aplicado às orientações da pasta.
“A pesquisa é interessante. Mas não dá pra pegar um artigo escrito sobre uma coisa e aplicar sobre outra coisa”, afirmou Angotti, alegando que o estudo dos hospitais tratou como pacientes leves e moderados aqueles que, para o ministério, seriam considerados graves.
“É a metodologia da pesquisa e isso tem que ser respeitado, mas não se pode usar isso para tirar conclusões. Há fatores de confusão e terminologias que diferem.” Ele também fez críticas às dosagens e ao protocolo adotado.
Questionado sobre a orientação do Ministério da Saúde pelo uso da cloroquina, Angotti disse que a pasta está aberta a rever orientações, mas não disse quando isso ocorrerá.
Na mesma entrevista em que criticou o estudo, o secretário disse ter recebido relatos de prefeitos do Rio Grande do Sul sobre “experiências” com o uso precoce do medicamento.