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Sobre Flávio Bolsonaro, André Ceciliano e MP, à luz da prisão de Queiroz

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5 minutos de leitura 19.06.2020 15:07 comentários
Brasil

Sobre Flávio Bolsonaro, André Ceciliano e MP, à luz da prisão de Queiroz

O caso Coaf ilustra como petistas e bolsonaristas tentam se limpar na suposta sujeira uns dos outros, como O Antagonista mostrou na raiz, em 27 de dezembro de 2018, distinguindo as questões do Ministério Público e as jornalísticas – relembre aqui. André Ceciliano (PT), atual presidente da Alerj, e Flávio Bolsonaro apareceram...

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Sobre Flávio Bolsonaro, André Ceciliano e MP, à luz da prisão de Queiroz
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[* Versão em vídeo: aqui.]

O caso Coaf ilustra como petistas e bolsonaristas tentam se limpar na suposta sujeira uns dos outros, como O Antagonista mostrou na raiz, em 27 de dezembro de 2018, distinguindo as questões do Ministério Público e as jornalísticas – relembre aqui.

André Ceciliano (PT), atual presidente da Alerj, e Flávio Bolsonaro apareceram na lista de 27 deputados estaduais cujos assessores tiveram movimentações bancárias atípicas.

A operação que prendeu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, ressuscitou a pergunta: “E o Ceciliano?”

Do outro lado, quando se questionava sobre os R$ 40 milhões movimentados entre 2011 e 2017 por dois ex-assessores de Ceciliano – o empresário Carlos Alberto Dolavale e sua ex-mulher Elisangela Barbiere –, vinha a pergunta: “Já procurou ver o do Queiroz?”

Foi exatamente essa a reação, inclusive, do próprio Dolavale, como mostra a reportagem da Crusoé, de 20 de dezembro de 2019, “O sigiloso ‘rachid’ do PT”.

O casal possui negócios em Paracambi, município da Baixada Fluminense onde o petista foi prefeito (e, em 2004, comprou uma ambulância em licitação sob suspeita de fraude). “Esse dinheiro é meu mesmo. Eu faço movimentação nas lojas aqui da cidade. Nada a ver com Assembleia”, disse Dolavale, que, segundo a reportagem, esteve nomeado na Assembleia entre 2011 e 2012.

“Diz que saiu do emprego porque o salário era baixo. O filho trabalhou no gabinete de Ceciliano até março, com vencimentos de 3,3 mil reais. Em novembro, abriu juntamente com o pai uma construtora com capital de 500 mil reais. Elisangela deixou a Assembleia em janeiro [de 2019] e entrou para o ramo de estacionamento. Tudo em Paracambi, uma cidadezinha de 47 mil habitantes. Por meio de sua assessoria, Ceciliano afirmou que abriu mão de seu sigilo bancário e mandou seus funcionários entregarem extratos de contas e cópia do imposto de renda para o Ministério Público. Ele afirma ainda que um dos citados no relatório do Coaf nunca foi empregado de seu gabinete. ‘Portanto, o montante [total] de 49 milhões não corresponde à realidade. A apuração do MPE se refere a movimentações nas contas de funcionários e não na do deputado’, disse a assessoria.”

A revista informou na ocasião que o Ministério Público Estadual abriu investigação criminal contra oito dos deputados da lista, incluindo Ceciliano, que tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados.

“O inquérito, no entanto, está em segredo de Justiça, o MPE não divulga nomes de investigados relacionados aos casos e nem sequer é possível acompanhar as etapas do processo no site do Tribunal de Justiça. A quebra de sigilos ocorreu em 11 de abril. No começo de julho [de 2019], houve uma audiência no Tribunal de Justiça do Rio entre advogados dos acusados e os promotores. O Ministério Público não quis responder a Crusoé em que estágio estão as investigações contra o petista e demais parlamentares.”

Quase 11 meses antes, em 22 de janeiro de 2019, O Antagonista ironizou a “generosidade” de Marcelo Freixo, André Ceciliano e Fabrício Queiroz com parentes de bandidos. Em 30 de janeiro de 2019, O Antagonista publicou também o vídeo “Os cabos eleitorais de André Ceciliano, petista do Coafgate”, mostrando como Sergio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Lula e Lindbergh Farias o apoiaram. Naquele mês, o Jornal Nacional localizou Elisangela Barbiere. Dias depois, em 2 de fevereiro, O Antagonista obteve e publicou uma foto da casa onde moravam Elisangela e Dolavale.

Curiosamente, os bolsonaristas que viraram ombudsman da cobertura da imprensa nada apuraram nesse ano e meio sobre o caso do gabinete de Ceciliano, que na verdade – depois de um período como interino em razão da prisão de Jorge Picciani – foi eleito presidente da Alerj em 2019 com a abstenção complacente de 7 dos 12 deputados estaduais do PSL então comandado por Flávio Bolsonaro, seu colega de lista do Coaf.

Atualmente, no processo de impeachment do rival Wilson Witzel, a família Bolsonaro inclusive conta com a liderança exercida pelo petista. Aliás, “a confirmação de Chico Machado (PSD) e de Rodrigo Bacellar (SDD), respectivamente, na presidência e na relatoria da comissão” que analisa o pedido “é mais uma demonstração da força” que Ceciliano conquistou entre os colegas, como registrou o Extra.

Já os pedidos de prisão preventiva de Queiroz e sua mulher, acatados pelo juiz Flávio Itabaiana e executados pela Polícia Civil de São Paulo e do Rio, foram justificados pelo MP fluminense, como registramos, em razão de eles terem alegadamente embaraçado “o regular andamento da investigação, com dinâmica estruturada, que envolveu atos de adulteração de provas, informações falsas nos autos, sonegação de endereços e paradeiros de investigados, além de possível envolvimento de FABRÍCIO QUEIROZ com milicianos do Itanhangá e um plano de fuga organizado para toda a família do operador financeiro que contaria com a atuação do então foragido ADRIANO MAGALHÃES DA COSTA NÓBREGA”.

Até o momento, pelo menos, não há sinais do MP de que assessores de Ceciliano tenham incorrido em qualquer uma dessas atitudes, consideradas pré-requisitos para a determinação de medidas gravosas de restrição de liberdade.

O jornalismo profissional segue apurando e cobrando esclarecimentos das autoridades, enquanto as militâncias, incapazes de repudiar a sujeira em seus grupos políticos, esperneiam – como se dois erros (ou eventualmente crimes) fizessem um acerto.

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