Michel Temer (foto) disse, em entrevista ao Valor Econômico, que a solução para evitar o fim do teto de gastos passa pela decretação do estado de calamidade pública. Essa proposta, também defendida por líderes do Centrão para tentar reeleger Jair Bolsonaro, é o verdadeiro drible na responsabilidade fiscal e o plano B do governo para renovar o auxílio emergencial.

Temer também fez referência ao ex-presidente francês Charles De Gaulle para tentar justificar sua solução. “Se derrubarem o teto de gastos, nesse momento que já não é bom para o país, vão começar a dar razão a [Charles] De Gaulle que duvidava da seriedade do Brasil”, disse.

De Gaulle parece não ter dito publicamente que duvidada da seriedade do Brasil, mas pode ter pensado. 

Como mostramos, o governo teme não aprovar a PEC dos Precatórios com uma gambiarra no teto de gastos para bancar um Auxílio Brasil de R$ 400.

A ala política passou então a defender a decretação da calamidade para prorrogar o auxílio emergencial fora do teto de gastos.