Um negócio quase perfeito Um negócio quase perfeito
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Um negócio quase perfeito

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 02.03.2021 20:38 comentários
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Um negócio quase perfeito

A compra de uma mansão de R$ 6 milhões por Flávio Bolsonaro é notícia por si só, mesmo que a princípio não haja nenhuma irregularidade flagrante no negócio. Ao gravar mais cedo um vídeo para se defender, o senador disse que "já sabia que isso ia acontecer" e que foi tudo feito dentro da lei . "Tá tudo redondinho."...

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3 minutos de leitura 02.03.2021 20:38 comentários 0
Um negócio quase perfeito
Mansão de Flávio Bolsonaro em Brasília (Adriano Machado/O Antagonista)

A compra de uma mansão de R$ 6 milhões por Flávio Bolsonaro é notícia por si só, mesmo que a princípio não haja nenhuma irregularidade flagrante no negócio. Ao gravar mais cedo um vídeo para se defender, o senador disse que “já sabia que isso ia acontecer” e que foi tudo feito dentro da lei . “Tá tudo redondinho.”

Todas as partes envolvidas fizeram questão de sair a público para referendar a versão. Surpresa seria se fizessem o contrário.

Mas vamos aos fatos: o valor do imóvel parece abaixo do mercado, mas o vendedor Juscelino Sarkis disse que tinha urgência na venda — a mansão estava sendo usada pela ex-mulher. Uma justificativa plausível.

Atualmente, Sarkis mantém relacionamento com a juíza Claudia Andrade, que já assessorou ministros de tribunais superiores, como João Otávio de Noronha, o que também é absolutamente normal na “alta sociedade” de Brasília.

Como herdeiro de um tradicional grupo empresarial, aliás, Sarkis possui negócios com vários órgãos públicos, o que a princípio não quer dizer muita coisa.

Em relação ao valor pago pela mansão em si, Flávio Bolsonaro poderia, como qualquer comprador, ter barganhado na compra em vez de pagar exatamente o valor de R$ 5.970.000,00 anunciado, como consta da matrícula obtida por O Antagonista. 

Considerando a pressa de Sarkis para vender o imóvel, não seria difícil tirar uns R$ 20 mil, pelo menos.

Segundo o senador, o negócio “redondinho” foi possível graças à venda de seu apartamento na Barra da Tijuca. A escritura da compra da mansão mostra que ele pagou, à vista, R$ 2,87 milhões.

Outros R$ 3,1 milhões foram financiados pelo Banco Regional de Brasília (BRB).

O simulador de crédito do BRB indica que, para esse valor, seria necessária uma renda mínima de R$ 46,8 milhões.

Flávio e Fernanda declararam possuir renda total de R$ 37 mil, mas o mandato de senador termina em seis anos e a esposa dentista (com renda de R$ 8,6 mil) não tem como arcar com a despesa mensal – sem falar no custo de manutenção de uma mansão como aquela.

Só com muita boa vontade, mas muita mesmo, de gerentes, diretores, quiçá do presidente do banco, o casal conseguiria o empréstimo milionário.

Em relação à taxa de 3,65% a.a. + IPCA, não há novidade. O BRB, de fato, oferece essa linha de crédito. O valor da prestação pode até melhorar se você adquirir alguns produtos bancários, como cartões de crédito, seguros etc, como parece que ocorreu.

Mas aí surge finalmente a questão mais grave para uma instituição financeira sob fiscalização do Banco Central.

Flávio Bolsonaro é uma pessoa politicamente exposta (PEP), o que de cara eleva os requisitos para concessão de empréstimos. Pior, o senador é alvo (ainda) de um inquérito por crimes de peculado, organização criminosa e lavagem de dinheiro… com imóveis.

O seu aumento patrimonial está na base da denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro.

É duvidoso que um cidadão comum com tal score de risco conseguisse  um empréstimo como esse em qualquer banco público ou privado.

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