O senador Márcio Bittar (MDB) acaba de dizer a O Antagonista, com exclusividade, que a apresentação de uma solução para o programa assistencial do governo Bolsonaro ficará, de fato, para depois das eleições municipais.

A decisão já está tomada e, segundo Bittar, Jair Bolsonaro concordou com ela.

O senador havia dito na última terça-feira, ao confirmar novo adiamento, que pretendia apresentar na próxima quarta-feira (14) seus relatórios da PEC do pacto federativo e da PEC emergencial, na qual será incluído o programa assistencial, que, segundo ele, será chamado de Renda Brasil — não mais Renda Cidadã.

“Ficou para depois das eleições. O nó é o Renda Brasil mesmo. Não estamos adiando por receio de críticas. É porque precisamos compreender o momento, não adianta dar murro em ponta de faca.”

O governo chegou a anunciar que o programa seria bancado por recursos de precatórios e do Fundeb, mas acabou voltando atrás diante de uma saraivada de críticas.

“O Brasil precisa retomar a agenda reformista, mas, no meio disso, temos outro problema: o que vai ser feito com os milhões de pessoas que estão recebendo o auxílio emergencial? Vai ter que tirar dinheiro de algum lugar. Não é só por solidariedade cristã, é para evitar um caos social.”

Bittar não considera que as negociações tenham “fracassado”.

“Não, é da política. O clima de eleições já tomou conta de Brasília e esse clima não é bom conselheiro. É melhor deixar passar a eleição, para que todos que têm que se posicionar se posicionem. Vamos ter que cortar, tomar medidas impopulares. Não vou fazer isso sozinho. Qualquer que seja a solução, precisaremos de todos atores concentrados.”