“Moraes e Toffoli colocaram CRUSOÉ na história das liberdades no Brasil”- Joaquim Falcão, maior especialista do Brasil em STF
Caro leitor,
A escuridão durou quatro dias.
Entre a manhã de 15 de abril e o início da noite de 18 de abril, o jornalismo esteve novamente sob censura no Brasil.
Seu direito de acesso à informação foi cassado.
Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a revista Crusoé e O Antagonista tiveram de retirar do ar a reportagem intitulada “O amigo do amigo de meu pai”.
A reportagem em questão foi publicada com base em documento que consta dos autos da Lava Jato.
Nele, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, respondendo a uma indagação dos investigadores, diz que o Dias Toffoli é personagem chamado de “o amigo do amigo de meu pai” em um e-mail de 2007.
A reportagem, como dito, foi retirada do ar.
O Brasil reagiu à censura.
Jornalistas, políticos, juristas, associações de diversas áreas condenaram a censura.
Cidadãos condenaram a censura.
Os pares de Alexandre de Moraes e Dias Toffoli também condenaram a censura.
A censura, felizmente, passou.
Mas a escuridão poderá voltar?
O inquérito sigiloso e inconstitucional criado por Toffoli e presidido por Moraes, que supostamente pretende coibir fake news contra o STF, segue em andamento.
Antes da retirada da censura, Toffoli havia acusado a Crusoé e O Antagonista de tentarem “emparedar” o STF com a reportagem censurada.
Nada disso, é claro.
A reportagem foi apenas a expressão do jornalismo independente.
Esse é o grande propósito da Crusoé.