O Banco Central voltou a sinalizar que o Copom, diante de “múltiplas incertezas”, deve interromper o processo de redução da taxa Selic.

Em ata, divulgada hoje, da reunião do comitê em que ficou decidida a redução da Selic para 4,25%, o Copom recomendou “cautela na condução da política monetária”.

“Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária. O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, com peso crescente para o ano-calendário de 2021.”

Na ata, o Banco Central destacou dois motivos para a interrupção. O primeiro é a dicotomia entre a evolução do mercado de trabalho e a produção de bens e serviços, que tem indicadores preliminares de investimento “abaixo do esperado”.

O segundo motivo é a incerteza sobre os efeitos do novo coronavírus sobre a economia global.

“O eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros. O Copom concluiu que a consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros.”