Governo desarma bomba fiscal, mas contabilidade criativa já faz suas vítimas Governo desarma bomba fiscal, mas contabilidade criativa já faz suas vítimas
O Antagonista

Governo desarma bomba fiscal, mas contabilidade criativa já faz suas vítimas

avatar
Wilson Lima
3 minutos de leitura 23.04.2021 20:48 comentários
Economia

Governo desarma bomba fiscal, mas contabilidade criativa já faz suas vítimas

Ao sancionar o Orçamento de 2021, o governo federal conseguiu desarmar uma bomba fiscal que poderia culminar com o impeachment de Jair Bolsonaro. Mas a contabilidade criativa bolsonarista já fez suas vítimas...

avatar
Wilson Lima
3 minutos de leitura 23.04.2021 20:48 comentários 0
Governo desarma bomba fiscal, mas contabilidade criativa já faz suas vítimas
Foto: Isac Nóbrega/PR

Ao sancionar o Orçamento de 2021, o governo federal conseguiu desarmar uma bomba fiscal que poderia culminar com o impeachment de Jair Bolsonaro. Mas a contabilidade criativa bolsonarista já fez suas vítimas.

O Brasil não tem data para fazer um Censo Demográfico; o Ministério da Saúde, em plena pandemia, sofreu cortes de R$ 2,2 bilhões e, um dia após prometer intensificar as ações contra o desmatamento ilegal na Amazônia, o presidente contingenciou R$ 240 milhões do Ministério do Meio Ambiente.

Para não furar o teto de gastos e comportar um rombo fiscal estimado em aproximadamente R$ 30 bilhões, Bolsonaro sancionou o Orçamento com vetos de R$ 12 bilhões nas emendas parlamentares e barrou outros R$ 7,9 bilhões nos investimentos do Poder Executivo para 2021. Também foi necessário o bloqueio de outros R$ 9 bilhões nos chamados gastos não obrigatórios.

Após os vetos, o governo cortou R$ 2,2 bilhões do Ministério da Saúde; R$ 9,4 bilhões do Ministério do Desenvolvimento Regional e R$ 3,8 bilhões do Ministério da Educação. Os maiores cortes ocorreram na pasta de Rogério Marinho, desafeto do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Além disso, após prometer ao mundo que iria intensificar os investimentos para combater as queimadas e o desmatamento ilegal, o governo contingenciou R$ 240 milhões do Ministério do Meio Ambiente. O que tornará mais difícil o cumprimento das metas anunciadas ontem por Bolsonaro na Cúpula do Clima.

Nem mesmo o Ministério da Economia escapou: bloqueio de R$ 1,4 bilhão na pasta de Paulo Guedes. Os militares também foram obrigados a dar sua “cota de sacrifício”: contingenciamento de R$ 1,3 bilhão no Ministério da Defesa.

O governo acredita que ao longo do ano será possível recompor parte destes gastos, caso a arrecadação melhore. “Entendemos que, neste momento, não corremos risco de ter parada em nenhum dos ministérios”, disse hoje o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.

Sem dinheiro, o governo não vai realizar o Censo de 2021, o que impacta as transferências de recursos da União para estados e municípios. Além disso, conforme mostramos, a ausência do recenseamento pode tornar o Congresso Nacional inconstitucional, segundo o ex-presidente do IBGE.

Além de toda essa manobra, o governo articulou junto ao Congresso a aprovação de mudanças que permitem gastos extrateto para o enfretamento da pandemia. Até o momento, estes valores chegaram a R$ 103 bilhões, segundo admitiu o próprio secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal.

Brasil

Valdemar prepara drible em Alexandre de Moraes

19.04.2024 09:24 2 minutos de leitura
Visualizar

ONU diz que taque de Israel ao Irã não causou grandes danos

Visualizar

Saque Aniversário do FGTS: saiba como sacar

Visualizar

Concurso em Itararé: Inscreva-se para agente de endemias e garanta sua vaga

Visualizar

Brasileirão 2024: resultados e classificação ao fim da 2° rodada

Visualizar

Irã-Rússia-China: eixo do mal se articula e ameaça o mundo livre

Visualizar

Tags relacionadas

Censo 2021 Jair Bolsonaro Orçamento 2021 Paulo Guedes
< Notícia Anterior

Covid: Brasil registra 2.866 mortes em 24 horas, diz consórcio

23.04.2021 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Os voos do pré-candidato ao governo de Santa Catarina

23.04.2021 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Saque Aniversário do FGTS: saiba como sacar

Saque Aniversário do FGTS: saiba como sacar

19.04.2024 09:10 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Nova correção do FGTS: impacto real nas finanças do trabalhador

Nova correção do FGTS: impacto real nas finanças do trabalhador

19.04.2024 08:30 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Resposta de Israel ao Irã movimenta mercados

Resposta de Israel ao Irã movimenta mercados

Rodrigo Oliveira
19.04.2024 08:24 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Maximize ganhos e evite multas: uso estratégico do Pix para MEIs

Maximize ganhos e evite multas: uso estratégico do Pix para MEIs

19.04.2024 08:00 3 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.