

O comportamento da quantidade de dinheiro em circulação mudou muito durante a pandemia. A população reagiu guardando dinheiro em casa, fenômeno chamado pelo Banco Central de “entesouramento”.
A real extensão desse entesouramento está em relatório do BC, obtido hoje por O Antagonista por meio da Lei de Acesso à Informação.
A linha cinza no gráfico, a mais alta, representa a quantidade de dinheiro em circulação em 2020. A linha dá três saltos em relação à de 2019 e não apresenta as contrações sazonais típicas dos outros anos.
Pelos números do gráfico, o Brasil começou 2020 com cerca de R$ 280 bilhões em circulação. O número oscilou nos primeiros meses do ano, como é normal, e chegou a encostar nos R$ 250 bilhões. Com a pandemia e o coronavoucher, o número quase não parou de subir, até chegar próximo aos R$ 330 bilhões em 22 de junho.
Em relação ao começo do ano, portanto, eram R$ 50 bilhões a mais em circulação, dinheiro que ainda não havia voltado ao comércio e ao sistema bancário. No dia da coletiva de imprensa, já eram R$ 342 bilhões em circulação, ou R$ 62 bilhões a mais em relação ao começo de 2020.
“Uma vez que o dinheiro ainda é base das transações no país e não se pode estimar com precisão por quanto tempo durará o entesouramento, como medida preventiva para continuar atendendo às necessidades de numerário da sociedade nesse contexto de pandemia, em julho de 2020 o BCB propôs ao CMN o lançamento de uma cédula de R$200,00 (duzentos reais), baseada em pré-projeto de cédula reserva elaborado por ocasião do desenvolvimento da Segunda Família de Cédulas do Real”, diz o relatório.
Os estudos técnicos detalhados sobre a nota de R$ 200 foram sujeitos a restrição temporária de acesso público, por um ano.
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