Marcos Rogério: "Não Conseguiram Demonstrar Nenhuma" Marcos Rogério: "Não Conseguiram Demonstrar Nenhuma"
O Antagonista

Marcos Rogério diz que objetivo da CPI é fazer o governo “sangrar” até 2022

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Wilson Lima
6 minutos de leitura 10.07.2021 15:00 comentários
Entrevista

Marcos Rogério diz que objetivo da CPI é fazer o governo “sangrar” até 2022

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) tem sido um dos principais defensores do governo Bolsonaro na CPI da Covid. Ao longo das sessões, já colecionou embates com o relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), e, nos bastidores, virou o queridinho de Jair Bolsonaro e do seu filho senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ)...

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Wilson Lima
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Marcos Rogério diz que objetivo da CPI é fazer o governo “sangrar” até 2022
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) tem sido um dos principais defensores do governo Bolsonaro na CPI da Covid. Ao longo das sessões, já colecionou embates com o relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), e, nos bastidores, virou o queridinho de Jair Bolsonaro e do seu filho senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

Em entrevista a O Antagonista, Rogério afirmou que os indícios de corrupção nos processos de compra de vacina ainda são “narrativas acusatórias” e que a CPI não apresentou provas sobre qualquer tipo de crime, apesar das informações já levantadas pelos senadores sobre irregularidades na compra da vacina Covaxin, com possível envolvimento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

Para o senador, defender o governo é “muito fácil”, pois, no entender dele, o objetivo do colegiado é “fazer o governo sangrar com vista às eleições de 2022”.

Leia a entrevista na íntegra:

Senador, depois das revelações de Luis Miranda, entre outras informações sobre indícios de corrupção no Ministério da Saúde, o senhor acha que a CPI está no caminho certo?

Até agora, o grupo que comanda a CPI tem produzido só narrativas acusatórias. Mas fatos, evidências, provas… não conseguiram demonstrar nenhuma. Falam em corrupção no contrato da Covaxin, mas não há uma vacina comprada, um real pago. Como se tem corrupção, se você não tem aquisição nem pagamento, não tem ninguém favorecido? Onde é que está a corrupção?

E em relação à Davati?

Então, a outra acusação que eles fazem é em relação à questão da Davati, na qual há uma pessoa que se diz representante da empresa, mas não tem vínculo formal. Ela diz que teria recebido uma proposta de vantagem indevida de um dólar por dose. Bom, nós estamos diante do clássico caso da teoria do crime impossível. É uma pessoa que não representa nada, uma empresa que não representa ninguém, que não tem procuração da farmacêutica, querendo vender o que não pode entregar.

 Mas esse tipo de amadorismo nas negociações não compromete o governo?

Não. Não tem crime nisso aí. E é uma acusação sem o mínimo de evidência. Ninguém viu. Ninguém testemunhou. Na CPI, você vê o bloco de oposição acusando, mas acusando sem provas, acusando sem elementos probatórios. Eu acho que é mais uma narrativa política, buscando desgastar o governo, né? Fazer o governo sangrar com vista às eleições de 2022.

 Senador, mas como defender o governo em situações como essas?

Quando eu vejo alguém na CPI acusando este governo e defendendo o governo anterior, que só na Petrobras desviou R$ 48 bilhões, e vejo eles defendendo o governo do presidente Lula e da Dilma, não dá. Agora, eu defendo um governo onde não há um centavo envolvido em ato de corrupção. Até agora, não foi demonstrado que houve de corrupção. Qual é a corrupção que houve no Ministério da Saúde até agora? Nenhuma.

Mas existem indícios de participação de integrantes do governo, inclusive do líder do governo. Isso não é levado em consideração?

Toda acusação que a oposição tem, até agora, mostra o nível de controle do Ministério da Saúde. Eles falaram assim: ‘Ah, tem indícios e tal’. Houve pagamento? Não, não houve. O contrato avançou? Não, não avançou. Então, está funcionando o controle interno. Diferente dos governo Lula e Dilma, no governo Bolsonaro você não tem evidência de prática de corrupção e não tem dinheiro envolvido nessa corrupção. Até agora, não há nenhuma evidência. E no dia que tiver, no dia que aparecer alguma evidência de que houve prática ilícita, seja no Ministério da Saúde ou em outro lugar, que se identifique quem praticou e se puna. Diferente dos governos do PT, este governo não tem compromisso de proteger quem tenha feito coisa errada. Essa não é a orientação do governo. A oposição faz barulho demais, mas tem provas de menos.

 Há alguma discussão sobre o relatório paralelo que o governo pretende apresentar na CPI?

Se você considerar que o relator já tem uma sentença debaixo do braço, que ele todo dia apresenta a narrativa dele, de que o governo é criminoso, que tem corrupção, é natural que aqueles que são da base do governo apresentem um relatório paralelo apontando justamente os erros, os equívocos sustentados pelo relator.

Mas já se sabe o que será apontado no relatório paralelo?

Eu tenho observado cada ponto. Até agora, nós tivemos várias narrativas: narrativa da cloroquina, da carta [da Pfizer], narrativa do gabinete paralelo, da Copa América e agora a narrativa da corrupção. Tudo é narrativa. Não tem evidência, não tem prova, não tem um real envolvido nas acusações de corrupção. Nenhum real pago, nada. Nós estamos diante do clássico caso de crime impossível. Mas, como a oposição não tem mais o que falar, fica sustentando essa narrativa.

 O senhor colocaria a mão no fogo pelo governo depois de tudo o que já apareceu até agora?  

Ninguém tem que colocar a mão no fogo por governo onde tenha pessoas trabalhando nele. Quer seja no parlamento ou no governo, você tem pessoas. Onde tem ser humano, há possibilidade de erros e de crimes. O que eu digo é que, até este momento, não vejo nenhuma evidência da prática de crime neste governo. Eu não tenho o compromisso em proteger atos ilegais. Não é uma questão de ‘botar a mão no fogo’. É uma questão de colocar a mão na massa para investigar. Investigar de verdade e sem seletividade.

O senhor acha, então, que a CPI tem sido seletiva?

Eles querem investigar apenas o governo federal, com base em acusações de que não se tem provas. Do outro lado, você tem um caminhão de provas de atos suspeitos, de corrupção, envolvendo estados e municípios, inclusive o Consórcio Nordeste. Ali, sim, as evidências saltam aos olhos. É muito tranquilo fazer a defesa com relação ao governo gederal. Se teve alguém, alguma pessoa que fez alguma coisa ilegal, imoral, assim que ela for identificada, ela não vai contar com o nosso apoio. O nosso compromisso é único e exclusivamente com a verdade.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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