Os Estados Unidos foram incluídos pela primeira vez na lista das democracias “em retrocesso” divulgada pelo Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral, sediado na Suécia.

O relatório “O Estado Global da Democracia em 2021: Construindo Resiliência em uma Era Pandêmica” foi publicado nesta segunda (22).

O texto justifica a nova classificação com base nas eleições contestadas com violência, as alegações sem base de Donald Trump sobre fraude eleitoral, a invasão do Capitólio em 6 de janeiro e a adoção de novas leis eleitorais em alguns estados, que prejudicam desproporcionalmente as minorias.

Nas Américas como um todo, diz o instituto, metade das democracias sofreu “erosão democrática”, incluindo “notáveis declínios” na Bolívia, no Brasil, na Colômbia e em El Salvador.

“A integridade eleitoral está sendo questionada cada vez mais, frequentemente sem provas, mesmo em democracias estabelecidas. As alegações sem base do ex-presidente dos EUA Donald Trump durante a eleição presidencial de 2020 transbordaram, inclusive no Brasil, México, Myanmar e Peru”, diz o relatório.

O Brasil foi a democracia que mais piorou: “O Brasil foi a democracia com o maior número de atributos em queda em 2020. A administração da pandemia foi atormendada por escândalos de corrução e protestos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro minimizou a pandemia e deu mensagens misturadas. O presidente testou abertamente as instituições democráticas do Brasil, acusando magistrados do TSE de preparação para atividades fraudulentas nas eleições de 2022, e ao atacar a mídia”.

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