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A perversão econômica de Bolsonaro e seus comparsas

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Carlos Graieb
3 minutos de leitura 17.11.2021 11:06 comentários
Brasil

A perversão econômica de Bolsonaro e seus comparsas

A mais recente Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que 74,6% das famílias brasileiras estão endividadas - um recorde...

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Carlos Graieb
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A perversão econômica de Bolsonaro e seus comparsas
Foto: Adriano Machado/Crusoé

A mais recente Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que 74,6% das famílias brasileiras estão endividadas – um recorde.

O que pode haver de mais perverso para essa multidão de brasileiros é uma economia em que a inflação cresce, corroendo o poder de compra dos salários, e os juros sobem, aumentando o peso das dívidas e o custo do crédito.  Pois essa é exatamente a economia que o governo Bolsonaro e seus comparsas no Congresso estão contratando para o ano que vem.

Se o governo fosse decente, ou pelo menos responsável, teria como prioridade proteger a maior parte da população. Mas quem está no comando é Bolsonaro, o antipresidente.

Com a PEC do Calote, ele tenta empurrar com a barriga a questão dos precatórios. Essa é uma das razões por que os juros estão em alta – o mercado sabe que não se resolve um problema bilionário desse tipo com gambiarras. Além disso, cada vez que Bolsonaro abre a boca é para aumentar a bagunça. A última veio ontem: a proposta de dar reajuste a todos os funcionários públicos federais.

Bolsonaro está animadinho porque a PEC do Calote, que é também a PEC Arromba Teto, pode abrir um espaço de 91 bilhões de reais no orçamento do ano que vem. Quer gastar a valer,  misturando populismo e corporativismo. Acontece que cerca de 75 bilhões já têm destino certo: o Auxílio Brasil (51 bilhões) e o reajuste das despesas fixas pela inflação do “novo” INPC (24 bilhões).

Sobram uns 16 bilhões, e com eles Bolsonaro quer contentar servidores e caminhoneiros,  instituir um vale gás e ainda deixar bem fornido o orçamento secreto dos parlamentares (que já andaram dizendo, vejam só, que querem justamente 16 bilhões só para eles).

Simplesmente não há dinheiro para fazer tudo que Bolsonaro alardeia. Assim, ou ele está anunciando benesses para depois dizer que alguém atou suas mãos,  ou ele e Paulo Guedes estão tramando malvadezas no Orçamento.

“O que o Brasil mais precisa é de previsibilidade, não porque isso é bom para o mercado, mas porque as pessoas comuns são as que mais sofrem com juros e inflação altos”,  diz a economista Juliana Damasceno, da Consultoria Tendências. “Em vez disso, o governo não deixa claro quais são suas prioridades, não avança em reformas estruturais e não inspira confiança.”

PS – Fenando Bezerra Coelho, líder do governo no Senado, disse na manhã desta quarta-feira que não há espaço no orçamento para dar aumento aos funcionários públicos. Seria um surto de responsabilidade fiscal ou preocupação com o destino daqueles 16 bilhões de reais que o Congresso quer para emendas secretas?

 

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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