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O Antagonista não tem medo

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 05.04.2021 11:18 comentários
Opinião

O Antagonista não tem medo

Logo depois que O Antagonista foi lançado, em 2015, aconteceu algo inédito comigo: passei a ser cumprimentado na rua, em restaurante e até em avião. O mesmo começou a ocorrer com os demais jornalistas que foram se agregando ao site. Elogiavam a nossa coragem e disposição para denunciar os crimes cometidos pelo PT.  Incomodado com o nosso alcance, e cada vez mais implicado na Lava Jato, Lula tentou emplacar a mentira de que os jornalistas deste site integravam uma "associação criminosa". Até para a polícia o seu advogado, agora homenageado por ministro do STF com lágrimas nos olhos, quis me levar...

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4 minutos de leitura 05.04.2021 11:18 comentários 0
O Antagonista não tem medo
Foto: Adriano Machado/Crusoé

Logo depois que O Antagonista foi lançado, em 2015, aconteceu algo inédito comigo: passei a ser cumprimentado na rua, em restaurante e até em avião. O mesmo começou a ocorrer com os demais jornalistas que foram se agregando ao site. Elogiavam a nossa coragem e disposição para denunciar os crimes cometidos pelo PT.  Incomodado com o nosso alcance, e cada vez mais implicado na Lava Jato, Lula tentou emplacar a mentira de que os jornalistas deste site integravam uma “associação criminosa”. Até para a polícia o seu advogado, agora homenageado por ministro do STF com lágrimas nos olhos, quis me levar.

Veio o impeachment de Dilma Rousseff, a Lava Jato ganhou mais impulso, Lula foi preso, lançamos a Crusoé e continuamos a ser cumprimentados, mas menos. Previsivelmente, os primeiros ataques extrapetistas iniciaram-se quando os irmãos Batista entregaram Michel Temer e a Lava Jato passou a investigar tucanos. Ganhou força a calúnia inventada ainda sob o PT de que o site “especulava com a notícia”, alusão ao fato de termos como sócios na época uma empresa de relatórios financeiros.

Na campanha presidencial de 2018, enquanto boa parte da imprensa se dedicava a deslegitimar a candidatura de Jair Bolsonaro, nós pegamos essa contramão para afirmar que, por mais que o homem fosse quem fosse, ele tinha o direito de ser candidato. Do outro lado, afinal de contas, havia um ladrão. Ressuscitados pela candidatura do poste de Lula, os petistas aumentaram o volume da difamação nos blogs sujos criados e patrocinados por eles: a nossa posição sobre o candidato Bolsonaro era mais uma prova de que não passávamos de um “site de extrema-direita”. O sujeito foi eleito, tentamos entender o bicho novo que se instalara no Planalto, dando crédito ao voto de 57 milhões de brasileiros, mas o abafamento das denúncias contra Flávio Bolsonaro não demorou a ser o principal plano de governo, o que acabaria levando à saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Para não falar da agenda aloprada do que se convencionou chamar de ala ideológica. Seria, no mínimo, irresponsável não tocar mais de um dedo nessas feridas.

Como O Antagonista continuou a fazer o trabalho a que se propôs desde o início — o de fiscalizar o poder, de maneira independente (recusamos todo tipo de propaganda governamental) –, viramos alvo dos bolsonaristas (e do STF, no episódio da censura por causa da reportagem da Crusoé sobre “o amigo do amigo de meu pai”, mas essa é outra história). Eles, os bolsonaristas, não só retomaram a calúnia petista, como passaram a nos associar à figura do governador tucano João Doria, fingindo ignorar que o governador paulista apanha bastante no site. Dia sim, outro idem, a rede de ódio bolsonarista mente que recebemos dinheiro de Doria, enquanto aplaude a sociopatia e o amadorismo do seu líder em relação à pandemia. A batatada da vez é essa do “Mamata Connection”. Paralelamente aos ataques bolsonaristas, os petistas associados a tucanos e demais fisiológicos conseguiram minar a Lava Jato com as mensagens roubadas — e, com elas, buscaram reconstruir a falsa história de que éramos uma espécie de braço armado dos procuradores e de Sergio Moro. Os bolsonaristas também entraram nesse vácuo. A lorota dos cúmplices de hackers desmoronou logo.

Não sou — não somos — mais cumprimentados na rua (quando havia rua). Nenhum problema, porque jamais tive qualquer ilusão sobre esse tipo de fama e as minhas vaidades passam longe desse tipo de agrado. Espero que os meus colegas compartilhem de atitude semelhante perante a vida. Quando vez por outra ainda era abordado e me perguntavam por que havíamos mudado, respondia que permanecíamos — e permanecemos — no mesmo lugar: do lado do Brasil, não de partidos, organizações criminosas ou aspirantes a caudilhos. Parece simples, deveria ser simples, mas não é para muita gente. Pena.

Com a soltura de Lula, a sanha dos blogs sujos, da imprensa apartidária partidária e dos militantes virtuais petistas (essa gente bacana que quer se vender como “polo democrático”) vai se juntar à das vozes compradas pelo bolsonarismo e da milícia digital capitaneada pelo gabinete do ódio. Estamos prontos para o que der e vier. Não há bravata ou heroísmo nisso. Apenas dever de ofício. Enquanto contarmos com o apoio dos cidadãos silenciosos que a tudo assistem entre incrédulos e indignados, iremos em frente. São eles que, quando a coisa fica feia além da conta, tomam as avenidas para exigir mudanças de verdade.

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