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Para entender o golpe do neolulismo

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 06.04.2021 16:18 comentários
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Para entender o golpe do neolulismo

Está em curso no Brasil o golpe do neolulismo. O neolulismo é embrulho novo para coisa comprovadamente testada, reprovada e condenada: Luiz Inácio Lula da Silva. O neolulismo quer fazer você acreditar, antes de mais nada, que Lula nunca foi chefe da organização criminosa, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal e as sentenças das condenações que pretende anular para todo sempre...

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Para entender o golpe do neolulismo
Reprodução/Christiane Amanpour/Twiter

Está em curso no Brasil o golpe do neolulismo. O neolulismo é embrulho novo para coisa comprovadamente testada, reprovada e condenada: Luiz Inácio Lula da Silva.

O neolulismo quer fazer você acreditar, antes de mais nada, que Lula nunca foi chefe de uma organização criminosa, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, e que as sentenças das condenações por corrupção e lavagem de dinheiro são fruto de conspiração dos procuradores e do ex-juiz da Lava Jato. Para tanto, conta com o auxílio de ministros do STF e, na linha auxiliar, de grandes setores da imprensa, incluindo profissionais que antes apontavam Lula e o PT como os maiores responsáveis pelas roubalheiras perpetradas no mensalão e no petrolão.

O neolulismo quer fazer você crer que Lula é um democrata convicto, assim como o PT.  Que Lula jamais tentou amordaçar a imprensa independente e controlar o Judiciário, Que nunca intimidou e criminalizou jornalistas incômodos, criou blogs sujos e boicotou veículos de imprensa que ousaram escancarar as patifarias do comandante petista e o seu partido. O neolulismo também quer apagar da história o fato de ter patrocinado uma das ditaduras mais cruentas da América Latina, a chavista na Venezuela. Para atingir o objetivo, o neolulismo conta principalmente com velhos e novos colunistas.

O neolulismo quer fazer você acreditar que os anos de prosperidade e assistencialismo eleitoreiro dos governos Lula não tiveram um preço salgado. Que a a política econômica baseada em crédito farto, graças à bonança mundial, não promoveu o endividamento da população mais pobre (a “nova classe C”) e não privilegiou empresários com empréstimos a juros subsidiados que ajudaram a financiar campanhas políticas, em fraude à democracia. Que não causou déficits crescentes nas contas do governo e que isso não levou à maior fraude fiscal já cometida no país, até o orçamento 2021 de Jair Bolsonaro: as pedaladas de Dilma Rousseff. Para tentar cancelar os fatos, Lula e o PT contam com os economistas de sempre, outros recém-chegados ao neokeynesianismo e os empresários habituais. Esses empresários sonham em faturar com a irresponsabilidade fiscal em benefício próprio, de maneira idêntica à que ocorria quando os petistas estavam no poder. Agregaram-se a eles empresários novos, antes críticos dos maus modos econômicos petistas. Tais neolulistas do neolulismo acham que podem catequizar Lula e o PT para as boas práticas econômicas. É uma das ilusões causadas pelo neolulismo.

O neolulismo também tenta se vender como a única alternativa ao bolsonarismo, assim como o bolsonarismo conseguiu vender-se como solitária opção ao velho lulismo, em 2018. Para tanto, espera no raquitismo de outros candidatos de oposição em 2022, da mesma forma que ocorreu com Jair Bolsonaro em 2018. Trata-se de apostar na falta de uma candidatura única e viável dos outros oposicionistas, o que inclui trabalhar ativamente para destruir no berço qualquer tentativa nesse sentido. Além dos seus sentinelas na imprensa, o neolulismo tem a seu favor para a realização dessa tarefa os sargentos dos blogs sujos, os soldados da militância virtual — e a ajuda de integrantes leais do Ministério Público.

O neolulismo, como já dito, quer ser o polo democrático em 2022, por mais que lhe falte reputação democrática. Ele, contudo, é só isto: embrulho novo para coisa comprovadamente testada, reprovada e condenada. Que Luiz Inácio Lula da Silva possa se apresentar como a melhor coisa que o nosso sistema político já produziu, em 132 anos de República, é só mais uma prova da indigência desse mesmo sistema no qual Jair Bolsonaro é o maior eleitor do que lhe parece antípoda.

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