Resumo da fala de Biden: ele dá uma banana para o Afeganistão Resumo da fala de Biden: ele dá uma banana para o Afeganistão
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Resumo da fala de Biden: ele dá uma banana para o Afeganistão

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Mario Sabino
3 minutos de leitura 16.08.2021 19:02 comentários
Opinião

Resumo da fala de Biden: ele dá uma banana para o Afeganistão

Vou resumir o pronunciamento do presidente americano Joe Biden, feito hoje à tarde, sobre a retirada das forças americanas do Afeganistão: lavo as mãos, dou uma banana, danem-se vocês. Se virem com os talibãs. Vocês merecem.  Não temos nenhuma culpa se os afegãos não aprenderam  a lutar...

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Resumo da fala de Biden: ele dá uma banana para o Afeganistão
Reprodução/Casa Branca/YouTube

Vou resumir o pronunciamento do presidente americano Joe Biden, feito hoje à tarde, sobre a retirada das forças americanas do Afeganistão: lavo as mãos, dou uma banana, danem-se vocês. Se virem com os talibãs. Vocês merecem. Não temos nenhuma culpa se os afegãos não aprenderam ou não quiseram lutar — o que equivale a dizer: não temos culpa de os soldados serem analfabetos, da sua falta de capacitação tecnológica para usar os aviões que lhes demos (e que só tinham mecânicos estrangeiros, que se mandaram há algum tempo), da falta de internet decente, da falta de eletricidade, da falta de logística, de termos dado suporte a políticos corruptos. Como é que um país não sai da Idade Média para a era digital em duas décadas?

O presidente americano afirmou que os Estados Unidos gastaram “mais de um trilhão de dólares (com a guerra no Afeganistão). Treinamos e equipamos uma força militar de cerca de 300 mil  soldados – incrivelmente bem-equipados -, um contingente maior do que o das forças armadas de muitos de nossos aliados da Otan”.  Só faltou dizer que, de acordo com o Centro de Combate ao Terrorismo, da escola militar de West Point, onde se forma a elite do exército americano, desses 300 mil soldados, 185 mil foram colocados sob a autoridade do Ministério da Defesa afegão somente em julho de 2020. O restante era composto basicamente por policiais.

Em relação à retirada atabalhoada propriamente dita, Joe Biden admitiu a bagunça, mas afirmou que fez com três meses de atraso o que estava previsto pelo acordo assinado com os talibãs em dezembro de 2020 — acordo não respeitado por essa gente cumpridora, que continuou a ganhar terreno e a manter laços com a Al Qaeda, fazendo exatamente o contrário do que prometera.

O inquilino da Casa Branca disse que a saída precipitada foi para evitar uma escalada do conflito. Traduzindo: Donald Trump negociou com os talibãs e Joe Biden simplesmente capitulou diante deles, entregando o país inteiro ao grupo terrorista — que, aliás, nunca teve tanto poder. Vinte anos de ocupação dos Estados Unidos deixaram o Talibã apenas mais forte. Os afegãos foram traídos pelo amigo americano. Com o pronunciamento de Joe Biden, a infâmia agora é completa. Ele escolheu a maneira mais indigna de sair de um atoleiro.

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Mario Sabino

Mario Sabino é jornalista, escritor e sócio-fundador de O Antagonista. Escreve sobre política e cultura. Foi redator-chefe da revista Veja.

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