Confira as principais reportagens da edição 144 da revista Crusoé
A conta da vergonha
A Crusoé desta semana mostra, sem maquiagem, a vergonha que está acontecendo no Congresso, em torno da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Nunca eleições foram tão compradas por um governo com tanto dinheiro de emendas e distribuição de cargos. É uma vergonha, um acinte. Acinte ainda maior porque Jair Bolsonaro foi eleito justamente porque prometeu acabar com o toma lá dá cá.
Leia um trecho da reportagem:
“A exaustão dos brasileiros diante de sucessivos escândalos de corrupção levou à renovação recorde de mais de 50% na Câmara dos Deputados em 2018. A chegada de novatos, com a promessa de sepultar práticas históricas como o toma lá dá cá, representou um sopro de esperança para a sociedade. O discurso de oxigenação política, entretanto, não resistiu à realpolitik de Brasília, cujos métodos pouco republicanos o presidente Jair Bolsonaro jurou combater antes de eleito. As negociações conduzidas pelo Palácio do Planalto para as eleições às presidências da Câmara e do Senado retratam cenas de fisiologismo a céu aberto. Acossado por ameaças de CPIs, pelo fantasma do impeachment e por investigações que se aproximam de sua família, Jair Bolsonaro resolveu abrir os cofres para eleger o deputado Arthur Lira, líder do Centrão, e o senador Rodrigo Pacheco, do DEM, aos comandos das duas casas Legislativas. Diversas tabelas de negociação de emendas circularam em Brasília ao longo da semana, mas nem os governistas sabem precisar ao certo o valor que está em jogo. Uma das planilhas com detalhamento dos municípios beneficiados mostra a destinação de verbas que somam 636 milhões de reais para os parlamentares gastarem em obras em seus redutos eleitorais. Outro documento, informal, prevê repasses que totalizam 3 bilhões de reais do orçamento da União a deputados e senadores dispostos a votar em Lira e Pacheco.”
Delator na berlinda
A ofensiva à Lava Jato fez o jogo virar também contra os colaboradores da operação. Um deles, que ajudou a desvendar esquemas de corrupção no Rio, afirma que sofre ameaças e tentativas de intimidação, inclusive por parte da Receita Federal.
O marqueteiro do horror
Hipnólogo, palestrante motivacional e até vendedor de máscaras: quem é Markinhos Show, o excêntrico estrategista que saiu de Roraima para orientar as ações de Eduardo Pazuello no combate à pandemia.
Injeção de bom senso
A vacina esnobada até agora pelo governo brasileiro tem apresentado um excelente desempenho em Israel. O sucesso da campanha tem ajudado a vencer a resistência de setores da população que antes se opunham à ideia de receber o imunizante.