Um ano e meio atrás, a Crusoé denunciou o acordão que estava sendo costurado por Jair Bolsonaro, ministros do STF e caciques do Centrão para chutar Sergio Moro e restaurar o balcão de negócios apodrecido que existia antes da Lava Jato.
A máquina de propaganda chapa-branca atacou a Crusoé e fez uma campanha de boicote à revista.
Resultado?
O acordão foi fechado, Jair Bolsonaro aliou-se aos réus da Lava Jato, indicou um PGR empenhado em destruir os procuradores de Curitiba, acertou o nome do novo ministro do STF em encontros noturnos com Dias Toffoli e Gilmar Mendes e, claro, expurgou Sergio Moro do governo.
Ele agora é colunista da Crusoé.
Nesta semana, uma reportagem da revista descreve o balcão de negócios que o bolsonarismo armou no Congresso Nacional, e que reflete o triunfo do acordão espúrio que denunciamos em agosto de 2019.
Leia um trechinho:
“Nos últimos dias, a eleição para as presidências da Câmara e do Senado se transformou num grande balcão de negócios. Na mesa, promessas de liberação bilionária de emendas, ofertas de vagas em ministérios na reforma programada para o início de 2021, juras de dinamitar o que resta da Lava Jato, assunto do interesse dos encalacrados com a Justiça, e até garantias de criação de um novo imposto sindical, o que adoça o paladar de setores do PT e da esquerda (…).
Como a disputa pelo comando da Câmara é um grande conchavo corporativista para garantir a manutenção do status quo das excelências, não é de surpreender a escolha de um deputado enrolado como boa parte dos colegas. Lira tem uma coleção de processos judiciais, alguns encerrados, outros em andamento. As denúncias – entre as pretéritas e as atuais — vão de violência doméstica a rachadinha, passando pela contratação de funcionários fantasmas e pela cobrança de propina investigada na Lava Jato. Há duas semanas, o Supremo formou maioria para manter o deputado como réu por corrupção passiva, no processo em que é investigado por receber 106 mil reais em propina. A folha corrida de Lira é tão constrangedora que até mesmo alguns bolsonaristas sentem-se envergonhados de declarar voto publicamente no escolhido do Planalto. E o que faz então do líder do Centrão um candidato competitivo para a sucessão de Rodrigo Maia? Do ponto de vista dos colegas, há a convicção de que seus privilégios permanecerão intocáveis pelos próximos dois anos e que os acordos políticos serão regiamente cumpridos, ainda que isso cause desgastes perante a sociedade. ‘Sabe aquela história do deputado que disse se lixar para a opinião pública? O Lira é um cara que vai honrar os acertos porque é calejado com as críticas e com as porradas nas redes sociais’, disse um parlamentar que faz oposição a Bolsonaro.”
A guerra no STF
Com a reviravolta no julgamento sobre a reeleição no Congresso, a corte volta a ser palco de troca de farpas entre ministros, intrigas e até ameaças.
Os relatórios confidenciais da J&F
Documentos do acordo de leniência da holding revelam que a JBS omitiu da Justiça informações importantes em sua delação, o que a coloca novamente em xeque. Há ainda novos detalhes de repasses feitos a ministros do atual governo e ao Instituto Lula
A salvação pela vacina
O início da vacinação no Reino Unido traz esperança para o mundo e dá a largada para a corrida dos políticos pela vacinação em massa nos diferentes países.